Produção da Vale cai 21,5% sob efeito de Brumadinho

Da Redação
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11/02/2020 às 16:20.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:36
 (Marcelo Prates)

(Marcelo Prates)

A Vale encerrou 2019, considerado "o ano mais desafiador de sua história", conforme relatório anual divulgado nesta terça-feira (11) pela empresa, com queda de 21,5% em sua produção em relação a 2018. Segundo a mineradora, foram produzidos, nos quatro trimestres do ano passado, 301,97 milhões de toneladas de minério de ferro, ante 384,6 milhões de toneladas no exercício anterior.

O principal motivo da queda, de acordo com a própria Vale, foram as interrupções operacionais que se seguiram à tragédia de Brumadinho, em janeiro de 2019. As medidas, motivadas pela insegurança de barragens construídas "a  montante", a exemplo da que colapsou na Mina de Córrego do Feijão, atingiram as unidades produtivas de Vargem Grande, Fábrica, Brucutu, Timbopeba e Alegria, todas em Minas Gerais.

A companhia também registrou queda nas vendas no ano passado. A comercialização de minério de ferro no período somou 269,3 milhões de toneladas, com recuo de 12,8% na comparação anual. Já no 4º trimestre do ano passado, houve alta de 5,2% na comparação com o 3º trimestre.

Retomada

A Vale informou ainda que, para este ano, tem planos de incrementar a retomada dos níveis de produção e vendas anteriores ao rompimento da barragem de Brumadinho. Para isso, contudo, depende da "concessão de autorizações externas para retomar a produção interrompida".

A empresa garante que está avançando nas discussões com a Agência Nacional de Mineração (ANM), com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais e com as empresas de auditoria externa para iniciar testes nas unidades paralisadas e reiniciar gradualmente a produção.

Descaracterização de barragens

A Vale também sustenta que, para este ano, em razão dos resultados do 4º trimestre de 2019, deve elevar em US$ 671 milhões as atuais provisões para descaracterização de barragens com "alteamento a montante". São, ao todo, nove unidades com tal característica, todas em Minas Gerais.

O processo implica em desativar as estruturas e deixá-las totalmente estáveis e reincorporadas ao relevo e ao meio ambiente locais. 

As barragens incluídas nesse planejamento são 8B, B3/B4 e Vargem Grande (Nova Lima), Fernandinho (Rio Acima), Grupo, Foquilha I, II e II (Ouro Preto) e Sul Superior (Barão de Cocais).

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