A produção industrial em Minas Gerais recuou 11,1% em fevereiro, na comparação com janeiro. De acordo com levantamento divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado liderou o ranking das regiões que apresentaram desaceleração no período. Em relação a fevereiro de 2012, Minas registrou uma retração de 9,8%, ficando com o segundo pior resultado.
O mau desempenho da produção mineira é atribuído à queda produtiva nos três setores considerados a engrenagem da economia local: automóveis, metalurgia e indústria extrativa.
“Embora o resultado tenha sido um baque, ele reflete a dependência do Estado sobre essas áreas. E Minas, geralmente, acompanha a tendência nacional”, afirma a analista e coordenadora da pesquisa no Estado, Cláudia Pinelli, referindo-se aos recuos de 2,5% na produção industrial brasileira em fevereiro, em relação a janeiro, e de 3,2% na comparação com fevereiro de 2012.
Atenuantes
Para especialistas, embora sejam relevantes, os resultados da produção industrial em Minas não representam crise e a expectativa é a de que os próximos indicadores conjunturais já apontem para uma recuperação.
“Janeiro foi um mês em que a metalurgia deu sinais sutis de recuperação, então, quando comparamos com fevereiro, período em que, de fato, houve redução, o resultado é negativo”, diz o presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gonçalves.
Segundo ele, outro fator que precisa ser levado em consideração é o aquecimento produtivo que o setor viveu em 2011 e que se estendeu até o início do ano passado. “Nos primeiros meses de 2012, a produção ainda estava em um ritmo bom, depois, foi caindo. Por isso a diferença é tão expressiva”, afirma Gonçalves.
Mês atípico
Já no setor automotivo, que registrou o maior recuo no período analisado pelo IBGE, a desaceleração na indústria é justificada pela redução dos dias úteis em fevereiro.
“Além de ter tido 28 dias – no ano passado, foram 29 –, o Carnaval coincidiu com um momento do mês que, efetivamente, afetou o clima de vendas e o setor é sensível a essas coisas ”, afirma a montadora Fiat, por meio da assessoria de comunicação.
Dados da empresa indicam que, no mês passado, a indústria automotiva nacional começou a dar sinais de reação. “Março bateu recorde de produção para o mês, com 319 mil unidades, um avanço de 39,2% em relação ao mês anterior e de 3,4% na comparação com março do ano passado”, diz a assessoria da Fiat.