Produção industrial tem resultado positivo, mas desempenho oscila

Hoje em Dia
02/11/2013 às 08:13.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:51

A produção industrial brasileira cresceu 1,6% nos primeiros nove meses deste ano, em comparação com igual período de 2012. Segundo pesquisa divulgada ontem pelo IBGE, a alta foi puxada pelo setor de bens de capital, com crescimento de 14,6%. Nesse grupo, estão incluídos máquinas e equipamentos, com alta de 6,6%, a indicar que as indústrias estão investindo para atender à demanda crescente no Brasil.   Apesar do resultado positivo do setor industrial no ano, o desempenho oscila conforme as taxas de juros, o nível de oferta de financiamento e o otimismo de empresários e consumidores sobre os rumos da economia no Brasil e no mundo. Depois de encerrar o primeiro semestre com produção 2,2% maior que a do primeiro semestre de 2012, a alta do terceiro trimestre foi de apenas 0,8% sobre igual trimestre do ano passado.    De agosto para setembro deste ano, a indústria cresceu 0,7%, após ficar estagnada entre julho e agosto. O avanço foi contido pela queda de 1,4% na produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, como alimentos e remédios. Ou de vestuários e acessórios, com retração de 10,5%. Como o desemprego continua em queda, é possível que a causa dessa pisada no freio seja a perda de poder aquisitivo das famílias, devido à inflação mais alta. Mas, também, podem ter decidido economizar nesse setor para comprar automóveis e motos ou para investir na casa-própria.    Para avaliar o comportamento da indústria, é necessário levar em conta, como fez o IBGE, o indicador acumulado nos últimos 12 meses. Ele mostra expansão de 1,1% em setembro. O mais relevante é que se vem sustentando a trajetória ascendente iniciada em dezembro de 2012, quando se registrou retração de 2,6%, obrigando o governo a tomar várias medidas para incentivar a indústria. Com isso, o resultado de setembro já se revela o maior desde outubro de 2011, mês em que o IBGE registrou alta de 1,4% nesse indicador.    Tal fato não implica que os incentivos não possam ser aperfeiçoados, para sanar distorções, como esta revelada pelo IBGE: enquanto a produção de veículos automotores aumentou 6,2%, o refino de petróleo e a produção de álcool caíram 4,5%, o que eleva os gastos com importações de derivados de petróleo.   Não faltam estudos, propostas e lobbies. Nesta semana, um grupo de deputados mineiros defendeu uma lei para obrigar empreendedores financiados no Brasil por bancos públicos a comprarem máquinas e equipamentos nacionais.

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