Produtor quer barrar importação de banana do Equador

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
10/08/2013 às 08:15.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:51

A manutenção da restrição nacional à importação de banana do Equador terá um capítulo importante, no próximo dia 15. Contrários à compra da fruta do país vizinho, que tem aumentado as pressões para a entrada do produto no mercado brasileiro, agricultores solicitaram ao governo federal, durante reunião na semana passada, uma análise do fruto estrangeiro, que seria nocivo à saúde, por conter níveis elevados de agrotóxicos, e prejudicial às lavouras brasileiras, devido ao risco de contaminação por pragas resistentes a pesticidas. A previsão é a de que o resultado do risco fitossanitário seja apresentado na quinta-feira.   Há cerca de 10 anos, os ministérios da Agricultura,Pecuária e Abastecimento e de Relações Exteriores estudam a possibilidade de importação da banana do Equador para equilibrar a balança comercial entre os dois países. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que, em junho, o Brasil exportou cerca de US$ 63 milhões em produtos diversos para o Equador e importou menos de US$ 13 milhões.   “O governo não tem que ficar resolvendo problemas de outros países. Somos autossuficientes na produção de bananas e deveríamos estar exportando, não trazendo de fora para cá”, afirma o presidente da Confederação Nacional dos Produtores de Banana, Dirceu Colares.   Agravante   Para o coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, Pierre Vilela, a questão vai além. “Para nós, o argumento do governo é falho, porque a produção equatoriana é controlada, sobretudo, por empresas norte-americanas e europeias. Menos de 20% do faturamento fica no país, então, a entrada de banana no Brasil interessa é a essas instituições”, diz Vilela.   Segundo o coordenador, a preocupação maior é com as regiões que consolidaram a economia na produção do fruto, a exemplo de algumas cidades do Sul de Minas, como Piranguinho. “O impacto da importação será devastador, nesses casos, e os produtores, em sua maioria de pequeno porte, não terão alternativas, mas isso o governo parece não estar enxergando”, afirma Vilela. 

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