Projetos de mineração param e frustram o Norte de Minas

Propagada como nova fronteira minerária do Brasil e novo vetor de crescimento de Minas Gerais, a exploração de minério de ferro e ouro no Norte do Estado ainda está na promessa. Cerca de R$ 8,5 bilhões em investimentos foram anunciados entre 2009 e 2010 por quatro mineradoras, e nenhum dos projetos deslanchou. A região, segundo informações do governo estadual, possui reservas estimadas em 20 bilhões de toneladas de minério, em 20 municípios.

No lugar dos mais de 9 mil empregos prometidos e do pagamento de impostos e royalties, ficou a frustração.

Dentre as 20 cidades com potencial minerador, Grão Mogol se destaca. É lá que a Sul-Americana de Metais (SAM) e a Mineração Minas Bahia (Miba), fizeram planos para produzir, cada uma, 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

O prefeito, Jeferson Figueiredo, diz que a Miba parou antes de começar, e que a SAM ainda engatinha. “Criaram uma expectativa grande de emprego e receita. Mas desde o início foi estranho. Não nos davam informações de como ia o projeto. Há três meses, a Miba demitiu 60 pessoas e não existe mais ninguém da empresa na cidade. A SAM diz que ainda precisa do licenciamento ambiental”, diz.

A Miba prometeu o início das operações para 2014. A SAM, que previa começar a operar no final de 2014, adiou para 2017. A reportagem não conseguiu contato com a Miba. Já a SAM informou que já alocou R$ 140 milhões na cidade, mas que ainda não conseguiu a Licença Prévia, documento que atesta a viabilidade social e ambiental do projeto e é a primeira fase de um rito de três licenças.

Miba e SAM também planejavam a construção de minerodutos para levar a produção das minas ao litoral baiano, mas que também não foram licenciados.

A Vale também anunciou investimento de R$ 560 milhões na região para o beneficiamento de minério de baixo teor de ferro. Em nota, a companhia informa que “suas atividades no Norte de Minas estão sendo discutidas com o governo do Estado, em virtude de ajustes necessários à condução do projeto”. A empresa não deu prazo para retomar o plano e não informou se algum recurso já foi investido.

Leia mais na Edição Digital.