Marcelo de Souza e Silva

Qualificação é o segredo para o desenvolvimento do país, diz novo presidente do Sebrae Minas

Jader Xavier
@ojaderxavierjsbarbosa@hojeemdia.com.br
28/11/2022 às 07:00.
Atualizado em 28/11/2022 às 08:55
 (Alessandro Carvalho/CDL-BH/Divulgação)

(Alessandro Carvalho/CDL-BH/Divulgação)

A partir de janeiro de 2023, o Sebrae Minas terá um novo comando. Marcelo de Souza e Silva, de 56 anos, atual presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH (CDL-BH), foi eleito pelo Conselho Deliberativo da entidade, na última semana, para a assumir a cadeira da presidência.

Apesar da nova função, Marcelo não deixará o cargo de presidente da CDL e garante que não terá dificuldades para gerir as duas instituições. Ele assume no lugar de Roberto Simões, com mandato até 2026, e já projeta como será a relação da entidade com o governo federal, que será gerido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dentro do mesmo período. Confira a entrevista com o novo dirigente da entidade que estimula e apoia as micro e pequena empresas em Minas.

Qual será o maior desafio do Marcelo de Souza e Silva nesta nova função?
Primeiro, estou muito feliz de assumir essa posição da presidência do Conselho do Sebrae Minas, o segundo maior Sebrae do Brasil. Estamos atrás só de São Paulo em termos de receita, mas em termos de serviços entregues, o Sebrae Minas talvez seja o maior do Brasil. Eu sei da responsabilidade que é estar na condução, representando mais de 14 entidades que têm um peso muito grande na economia de Minas Gerais. A expectativa é de continuar o trabalho que está sendo feito, a boa gestão que é feita do Sebrae em Minas. E melhorar mais ainda o relacionamento com as entidades do Conselho, com as outras entidades que não estão no conselho, buscando a efetividade das ações. Realmente levar até a ponta, aos micro e pequenos empresários, aos MEIs, valor ao negócio deles, para quem já está empreendendo e também para quem quer empreender. Que o Sebrae acolha essa pessoa de uma maneira especial, explicando tudo que ela precisa saber, colocando todo o conhecimento e a expertise do Sebrae à disposição, com todas as entidades setoriais que a gente tem em Minas Gerais.

Como fica a presidência da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH)?
A presidência do Conselho do Sebrae é tranquila. É óbvio que tem uma demanda grande sim, mas a gente tem uma diretoria operacional, um superintendente, dois diretores e técnicos que coordenam as ações que comandam o Sebrae. A presidência é um órgão do Sebrae que vai cuidar das diretrizes estabelecidas pelo conselho. Aí tem os vínculos com o Sebrae nacional, e isso eu já fiz com muita experiência e muita responsabilidade. Então eu fico muito tranquilo, até porque também a CDL-BH, com uma gestão muito bem feita, tem um público de colaboradores muito tarimbado, que já sabe a funcionalidade da entidade. Acho que vai ser um somatório de conhecimento da presidência da CDL-BH com a do Sebrae, uma troca de experiências. Acho que tanto o Sebrae vai conseguir receber coisa boa da gestão da CDL, quanto a CDL também vai receber muita coisa boa da gestão do Sebrae. Então, ficam essas presidências compartilhadas.

E quais são os conhecimentos adquiridos na presidência da CDL-BH que dá para levar para o Sebrae Minas?
Olha, na pandemia a gente aprendeu que o pequeno negócio precisa muito que a gente dê as mãos a ele. Hoje, o micro, pequeno empreendedor individual tem um envolvimento muito grande com o negócio. E aí, ele abre a loja, cuida do setor de vendas, faz compras, cuida da família. Então, ele precisa do apoio tanto da CDL-BH quanto do Sebrae Minas e das outras instituições também, para que ele possa ter ordenamento do negócio, não misturar contas do empreendimento com as pessoais, por exemplo, ter a renda em multicanais, nas vendas físicas e digitais, além do telefone. Ele precisa ter um atendimento diferenciado ao cliente, principalmente pelo meio digital. Acho que o Sebrae, a CDL e outras entidades precisam dar as mãos para a gente conseguir ajudar o empreendedor a gerir melhor o negócio. A gente vê mortalidade de micro e pequenas empresas muito por causa do empreendimento não ser bem-feito. 

Já que a gente falou sobre o que os dois cargos se assemelham, em que eles se distanciam?
Apesar de a CDL-BH ter uma atuação estadual, eu acho que isso potencializa agora estando no Sebrae, essa proximidade do interior, não só com a CDL-BH, mas com outras entidades também. O Sebrae Minas tem escritórios espalhados por toda Minas Gerais e, com certeza, vamos estar acompanhando o trabalho de cada regional, essa é uma responsabilidade da presidência, acompanhar a descentralização. Eu acho que isso é o que hoje tem esse diferencial e a gente vai reduzir bastante, criar essa sinergia de Belo Horizonte com outras regiões do Estado de Minas Gerais.

Você vai assumir o mandato no mesmo momento em que o país passará a ter um novo governo. O que você espera para o Sebrae dentro deste contexto político e econômico?
Somos um país de empreendedores resilientes. A gente tem nas organizações e entidades essa resiliência. O que nós precisamos no país é uma continuidade de gestões que fortaleçam os negócios e o ambiente de negócios. Estamos crescendo com isso e precisamos que os governos municipais, estaduais e federal entendam que o superávit fiscal é importante, a responsabilidade fiscal é importante. Nós vimos no governo federal do PT, anteriormente, um inchaço da máquina com muita gente, gastando muito dinheiro. A gente espera que isso não volte agora. Temos meios de controle, organizações de controle, como o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União, Ministério Público também. A gente precisa que o foco continue nas reduções de juros, na redução da inflação e nas criações das oportunidades. Que a gente ache caminhos e continue com essa crescente geração de empregos, geração de renda das famílias. É assim que a gente faz no empreendedorismo. As microempresas são responsáveis pela maioria dos empregos no Brasil, então que a gente fortaleça essas empresas, que a gente qualifique. O governo federal precisa investir muito em saúde, educação, segurança pública. Mas quando falamos de educação, estamos falando também de qualificação das pessoas. Estamos vendo aí uma crescente de abertura de vagas e não há pessoas para completá-las. Então, tem que criar cursos de especialização, e o Sebrae é fundamental nisso. Temos uma escola de formação no ensino médio. Podemos unir esforços com o governo federal. A gente espera que tenhamos um bom relacionamento, boas diretrizes traçadas pelo Sebrae Nacional também. E juntos vamos ter bons resultados. Não tem jeito, o Brasil já está chegando num patamar de excelência em muitas coisas, não podemos deixar isso cair. Vamos estar aqui dando a nossa contribuição para Minas Gerais e para o Brasil também.

Qual é a sua mensagem para a empreendedora e o empreendedor mineiros que aguardam como será a sua gestão a partir de 2023?
Você, empreendedor ou que queria empreender, pode contar com o Sebrae Minas muito mais acolhedor e perto de você, com soluções efetivas para o seu negócio, seja ele já estabelecido ou que queira se estabelecer. Vamos trazer muito conhecimento na veia, qualificação, networking, educação a distância com um ensinamento que você pode ter à noite, no seu café da manhã ou no final de semana. Que você tenha no Sebrae essa visão do todo, de como abrir, como se manter, como se sustentar, como comprar melhor, como fazer a gestão do seu negócio. Você, empreendedor, tem ferramentas disponibilizadas pelo Sebrae para isso, basta você querer. Procure esse apoio em uma unidade do Sebrae. Vamos estar de braços abertos te esperando, para fazer com que esse nosso setor possa potencializar cada vez mais.

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