Quase metade dos consumidores endividados de BH está inadimplente por dívidas no cartão

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
24/04/2017 às 17:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:16
Resultado aponta a estabilização da demanda por crédito pelas famílias (Wesley Rodrigues / arquivo Hoje em Dia)

Resultado aponta a estabilização da demanda por crédito pelas famílias (Wesley Rodrigues / arquivo Hoje em Dia)

Quase metade dos consumidores endividados de Belo Horizonte está inadimplente por ter feito dívidas parceladas no cartão de crédito, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (24) pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL/BH). Conforme o estudo, 48,3% das pessoas entrevistadas que fizeram financiamentos no crédito estão com o nome negativado e impossibilitadas de fazer empréstimos. 

O levantamento, feito em março, ouviu 100 pessoas e mostra que a maior parte dos entrevistados diz não ter conseguido pagar as dívidas devido ao desemprego, à queda na renda e à crise econômica.

O estudo também revela que 55% dos homens da capital também não quitaram os financiamentos do cartão. Os resultados indicam ainda que pessoas de 55 a 64 anos compõem a parcela que mais ficou inadimplente utilizando o cartão de crédito. 

Contas básicas como água, luz, telefone e celular, móveis e eletrodomésticos, empréstimos em bancos, empresas e terceiros, além de roupas, calçados, e itens de cama, mesa e banho são os principais produtos que levaram os consumidores da capital à inadimplência. Somados, eles representam 74,8% das razões alegadas pelos entrevistados. 

Falta de controle

Segundo a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, a maior parte das dívidas é feita porque os consumidores não têm ciência de quais são as entradas e saídas de dinheiro mensais. E, de fato, a pesquisa ressalta que ¼ dos entrevistados inadimplentes havia parcelado as compras em mais de 12 vezes.

“É preciso ter controle das compras no cartão de crédito, porque muitas vezes a pessoa começa a dividir os financiamentos em um monte de parcelas e não consegue visualizar isso”, explica Ana Paula. 

Outras formas de pagamento que levaram ao endividamento foram empréstimos com bancos/financeiras (17,2%), boletos de telefone, saúde, educação (11,5%), crediário (8,0%), contas de luz, água (4,6%), empréstimos com terceiros (4,6%), dinheiro (4,6%) e cheque à vista (1,1%).

Planejamento

Conforme a economista, para evitar dívidas, é preciso fazer um planejamento mensal com todos os gastos e ganhos do período. “Com essa tabela, dá para visualizar melhor se é possível comprometer o orçamento com um novo financiamento, ou se é preciso aguardar para ter uma nova dívida. Outra opção, caso a pessoa conclua que não há condições de fazer um parcelamento por muitos meses, é dar uma entrada maior e diminuir o número de pagamentos seguintes”, diz.

No entanto, organizar os gastos não é um hábito muito comum entre os devedores de Belo Horizonte. Somente 11,1% dos entrevistados afirmou que realiza sempre algum tipo de planejamento orçamentário para controlar e ficar em dia com os compromissos financeiros. A maior parte (25,3%) disse que se planeja somente às vezes e 16,2% das pessoas ouvidas garantiu que nunca analisa os próprios gastos. 

Veja algumas dicas da economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, para evitar dívidas no cartão de crédito: 

  • Nunca gaste mais do que você ganha
  • Dê preferência aos pagamentos à vista
  • Quando for usar o cartão de crédito, pague o valor total da fatura e evite entrar no rotativo, porque os juros são muito mais altos
  • Caso precise fazer uma compra parcelada, dê uma entrada maior e reduza o valor das parcelas
  • Faça uma planilha mensal com todas as despesas fixas e os financiamentos correntes.
  • Prefira um consumo consciente e planejado: antes de comprar qualquer item, analise se há recursos para mais um financiamento
  • Veja quais são os gastos mensais e verifique onde é possível economizar e fazer cortes, caso seja preciso iniciar um novo pagamento parcelado
  • Tenha uma poupança de segurança
  • Se optar por pagar no crédito, mesmo tendo dinheiro no débito, garanta que o salário seja investido e possa render
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