Queda de 9,2% da OGX põe Bovespa no menor nível em oito meses

Anderson Figo - Folhapress
22/03/2013 às 18:36.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:10

SÃO PAULO - Com os investidores ponderando referências econômicas internas, o principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou esta sexta-feira (22) em queda de 0,60%, aos 55.243 pontos. Essa é a menor pontuação do índice desde 26 de julho de 2012, quando ficou em 54.002 pontos. A leve alta dos papéis mais negociados de Petrobras (+0,53%) e Vale (+0,06%), que possuem grande peso no índice, não foi suficiente para que o Ibovespa fechasse no campo positivo. Em sentido oposto, a forte queda de 9,2% da OGX puxou o desempenho da Bolsa para baixo.

Segundo operadores de mercado, a baixa das ações da OGX, empresa do ramo de petróleo do grupo EBX, de Eike Batista, ainda decorre da crise de confiança entre os investidores e a empresa. Recentemente, os papéis têm caído por conta da fraca produção da companhia. "Acredito que, enquanto a empresa não mostrar um nível estável de produção em seus poços, as ações vão ser bastante penalizadas", disse o analista Luiz Caetano, da Planner. "No entanto, a OGX ainda tem muitas perspectivas que, se concretizadas, podem mudar a visão dos investidores no longo prazo", completou.

As ações da Cyrela lideraram os ganhos do Ibovespa no dia, com alta de 3,73%. Ontem, a empresa divulgou que seu lucro líquido foi de R$ 249,1 milhões no quarto trimestre de 2012, 37,3% acima do mesmo período de 2011. "O resultado da Cyrela não trouxe surpresas. Mas a tendência de recuperação de margens e redução de endividamento é mais importante. Acredito que entre as grandes incorporadoras as Cyrela deverá se destacar pelos números de 2012", disse Mario Mariante, analista da Planner Corretora.

Agenda

O mercado avaliou a notícia de que a prévia da inflação brasileira desacelerou pelo segundo mês seguido em março graças à perda de fôlego nos reajustes ligados a educação e nos preços dos alimentos. Segundo dados do IBGE divulgados hoje, o IPCA-15 fechou o mês em 0,49% e ficou abaixo da previsão dos analistas de mercado, que indicavam uma variação de 0,53%. Em fevereiro, a alta havia sido de 0,68%. Apesar disso, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou a preocupação com o "nível e resistência da inflação" nos últimos meses.

"A maior dispersão de aumentos de preços ao consumidor, pressões localizadas e pressões sazonais contribuem para a resistência da inflação", disse, em evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-França, em São Paulo.

Ainda por aqui, o Brasil registrou deficit de US$ 6,6 bilhões em suas transações correntes em fevereiro, um recorde histórico para o mês, informou hoje o Banco Central. A comparação considera a série iniciada em 1947. O saldo negativo é quase quatro vezes o registrado no mesmo mês do ano passado, quando atingiu US$ 1,7 bilhão.

Já a arrecadação federal de impostos totalizou R$ 76,052 bilhões em fevereiro, queda real de 0,51% em relação ao mesmo mês do ano passado -corrigida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), de acordo com dados divulgados pela Receita Federal.

Longe do Brasil, os olhos continuaram atentos ao Chipre. A União Europeia até segunda-feira para o país levantar os bilhões de euros necessários para garantir um resgate internacional ou enfrentar um colapso de seu sistema financeiro, o que poderia tirá-lo do bloco monetário.

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