O secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grüdtner, disse que a incidência de raios na região da usina hidrelétrica de Itumbiara, na divisa entre Goiás e Minas Gerais, no sábado (15), pode ser uma das causas do apagão que atingiu 12 Estados do País naquele dia. "No momento da perturbação, ocorria realmente uma incidência de raios na região. Isso pode estar associado ao desligamento, mas isso ainda está em análise", afirmou.
Segundo o secretário, o problema teve início na subestação de Itumbiara e causou o desligamento das máquinas da usina. "A subestação da usina é parte integrante da rede básica de transmissão e ela foi desligada, desconectando a usina, pois as máquinas são ligadas a essa subestação", afirmou.
A diferença, em relação aos apagões anteriores, é que a subestação de Itumbiara está associada a uma usina. "É uma subestação da rede básica conectada à usina, só que os desligamentos que ocorreram nessa subestação desligaram as máquinas da usina."
Grüdtner disse que o pente-fino que o governo está fazendo no sistema de transmissão não foi feito na subestação de Itumbiara. Segundo ele, em um primeiro momento, o governo vai analisar as subestações de transmissão e, em outra etapa, as subestações de geração - como a de Itumbiara. "Isso deve ser aplicado futuramente à subestação de Itumbiara."
Grüdtner admitiu que o desligamento do sistema foi "razoavelmente grande" e disse que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, está "bastante incomodado" com as perturbações que têm ocorrido no sistema - foi o sexto apagão desde o fim de setembro. Entre as ações determinadas para que essas ocorrências não voltem a acontecer está a aplicação do protocolo de verificação dos sistemas de proteção.
O secretário descartou a hipótese de que a causa dessa sequência de apagões seja um problema de infraestrutura ou de falta de investimentos. Ele disse ainda que, provavelmente, a causa do apagão do último sábado nada tem a ver com a dos apagões anteriores.
"Não é que seja coincidência, mas estamos sujeitos a perturbações e não gostamos que ocorram. Trabalhamos constantemente para que isso não se repita ou ocorra, mas é impossível dizer que não vai ocorrer", afirmou. "Em princípio, realmente há uma sequência ruim de perturbações que tivemos no sistema interligado."
O secretário disse que a configuração da subestação separou o sistema Norte/Nordeste e Centro-Oeste do sistema Sul/Sudeste. "Como estávamos recebendo energia do Norte/Nordeste, com a perda da usina, houve um déficit de geração no sistema Sul/Sudeste. Consequentemente, houve um corte automático de carga de modo a restabelecer o equilíbrio entre geração e carga."
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