Ram Charan aposta no Brasil no médio prazo

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
25/03/2015 às 08:35.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:22
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

O mundo dos negócios passa por uma reformulação estrutural sem volta, reflexo das últimas crises que assolaram a economia. No Brasil, não é diferente. Para sobreviver no mercado, as empresas terão que transformar as estratégias em resultados sólidos. E a execução é a chave do processo, conforme afirma o guru da gestão moderna, Ram Charan, que participou, nesta terça-feira (24), do CEO Fórum Amcham Brasil, no Palácio das Artes.

De acordo com ele, seis passos são fundamentais para alcançar o sucesso corporativo: espelhar o sucesso, estabelecer metas e tarefas, gerir talentos, inovar, adquirir confiabilidade e atrair investidores.

O primeiro deles é se espelhar em companhias de sucesso. “O mundo possui diversas empresas de ponta. Se o empresário começar a analisar os cases, ele entenderá que várias ações podem ser colocadas em prática na corporação dele, mesmo que em menor escala”, diz.

Quando o empresário pode sair do país para fazer o benchmarking, melhor. Conhecer outras culturas e estudar a fundo histórias inovadoras podem mudar os rumos de uma empresa. “É necessário buscar mercado, pensar fora da caixa”, observa.

Se a estratégia está definida e cases de sucesso são conhecidos, com possibilidade de incorporar melhorias na empresa, o próximo passo é estabelecer tarefas concretas.

“Metas são importantes para o desenvolvimento de qualquer empresa”, afirma Charan.

Os talentos das companhias também são contemplados pelo guru da gestão moderna. Conforme ressalta o especialista, é comum que pessoas erradas assumam cargos errados, impedindo que a empresa alcance os resultados a que se propõe.

Ainda com relação aos talentos, ele enfatiza que o profissional deve duplicar as habilidades a cada três anos, pelo menos.

Se todos os passos foram seguidos até aqui, a este ponto a companhia já possui confiabilidade, que seria o quinto ponto, e tem potencial para atrair investidores estrangeiros, a última característica citada pelo especialista.

Na prática

Considerando as premissas de Charan, o presidente do Conselho da Ale Combustíveis, Sérgio Cavalieri, está no caminho certo. Na década de 90, ele decidiu ampliar a atuação das empresas.

“Na época, a Asamar era a empresa da minha família. Decidimos ampliar os negócios, com empresas diversas e entramos no negócio de combustíveis, imóveis, entre outros”, relata.

A Cenibra também teve os rumos alterados para se adaptar ao novo cenário. Há dois anos, a previsão era de duplicar a capacidade produtiva.

Devido à redução na demanda, os planos foram interrompidos e a companhia iniciou um projeto de redução de custos para o longo prazo. Hoje, ela atua com 100% da capacidade de produção e colhe os frutos.

“Como exportamos 95% da produção, nosso faturamento é em dólar. E a moeda norte-americana está valorizada”, ressalta o CEO da Cenibra, Paulo Brant.
 

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