Rosenberg: superávit tira brilho de contingenciamento

Carla.Araújo
28/02/2014 às 14:03.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:21

O superávit primário do governo central de R$ 12,954 bilhões em janeiro "tirou o brilho do bem arquitetado plano de contingenciamento do governo", disse nesta sexta-feira, 28, o economista da Rosenberg & Associados, Rafael Bistafa. "O resultado de janeiro mostrou que o plano de contingenciamento do governo é na verdade uma carta de boas intenções", afirmou. Na semana passada, o governo anunciou a meta fiscal de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e o bloqueio de R$ 44 bilhões nas despesas do Orçamento da União.

Apesar de classificar o resultado de janeiro como "um péssimo começo de ano", o economista ponderou que esse desempenho não deve imprimir uma tendência para o 2014. "Até porque em janeiro ainda não tínhamos o Orçamento sancionado nem o contingenciamento valendo", explicou.

Bistafa disse que a pressão negativa no resultado de janeiro se deve, principalmente, à transferência de despesas de custeio. "No final de 2013, na calada na noite, o governo fez uma manobra para jogar das despesas de custeio para 2014, mas agora a conta chegou", afirmou. "O resultado de janeiro é um reflexo dessas postergações de despesas de 2013."

O economista disse que a "situação é preocupante" e avaliou que o governo terá que provar mês a mês um resultado robusto em suas contas para "mostrar que o plano de contingenciamento é viável". "Principalmente depois de março, quando já vale o Orçamento e o plano", disse.
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