A Rússia continuará enviando o gás para os consumidores europeus, apesar de as negociações com a Ucrânia falharem e a estatal russa OAO Gazprom entrar com um pedido de arbitragem contra a ucraniana Naftogaz para receber o pagamento das dívidas.
Sergei Kuprianov, porta-voz da estatal russa OAO Gazprom, disse em entrevista ao canal de televisão Russia 24 que o contrato com os europeus será respeitado por completo. O porta-voz ainda afirmou que a empresa ucraniana Naftogaz está obrigada a garantir o fornecimento total aos pontos de entrega.
A notícia, publicada pela agência Information Telegraph Agency of Russia e retuitada pela estatal russa Gazprom, diz que a Comissão Europeia foi comunicada antecipadamente de uma possível interrupção no trânsito de gás para a Ucrânia.
As negociações entre Ucrânia e Rússia encerraram nesta madrugada sem acordo. Em meio ao aumento das tensões no leste ucraniano, a estatal russa OAO Gazprom eliminou, em abril, os descontos para o gás vendido à Ucrânia, fazendo com que o preço do gás subisse 80%, para US$ 485,50 por 1.000 metros cúbicos, o maior valor na Europa. A OAO Gazprom exigia que Kiev pagasse uma dívida de US$ 1,95 bilhão, mas o governo ucraniano se recusou a pagar até que um novo preço fosse acordado.
O governo ucraniano tinha até as 3h00 (de Brasília) desta segunda-feira para realizar esse pagamento, o que não ocorreu. Na semana passada, a Ucrânia manteve a posição de que a oferta russa de reduzir o preço do gás em US$ 100 era "política" e "inaceitável", enquanto Moscou reiterou que fez a melhor proposta possível.
O contrato com os europeus continuará igual, enquanto os ucranianos, se quiserem continuar a consumir o gás da Rússia, terá que pagar adiantado.
Pelo Twitter, a OAO Gazprom também anunciou que entrou com um pedido de arbitragem em Estocolmo para recuperar a dívida total de US$ 4,5 bilhões com a Naftogaz pela quebra de contrato.
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