A seca que atinge as regiões Norte e Noroeste de Minas reduziu em 9% a produção de feijão e em 2,2% a produção de milho no Estado, em fevereiro. A soja, que vinha acumulando safras recordes desde o ano passado, só não registrou queda significativa em função do crescimento da área plantada. Mesmo assim, a produção do grão registrou pequeno recuo de 0,5%.
Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, nas lavouras de feijão, houve perda equivalente a 14 mil hectares em um total de 172 mil. No caso do milho, cujo plantio é mais abundante, o equivalente a 37 mil hectares foram perdidos em uma área total plantada de 1,11 milhão de hectares.
Impacto maior
Os números do IBGE não refletem, no entanto, toda a extensão dos efeitos negativos da seca. impacto da seca. De acordo com o coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Pierre Vilela, dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) mostram um impacto maior da estiagem.
“Segundo a Emater, a plantação de feijão teve perda equivalente a 39 mil hectares e a de milho, a 79 mil. Os números divergem dos apresentados pelo IBGE pelo fato de a Emater ter acesso, também, às propriedades pequenas”, afirma Vilela.
Contraste
Em 2012, a safra de grãos em Minas chegou a 12 milhões de toneladas, colheita recorde no Estado. Apesar da falta de chuva neste ano, a estimativa da Faemg é a de que a safra mineira não fique muito abaixo da colhida no ano anterior.
“Por enquanto, ainda fala-se em 11,7 milhões de toneladas até o final de 2013. Vale lembrar que o trigo ainda não foi plantado, existe outra safra de feijão por vir, assim como o sorgo. Então, ainda podemos chegar próximo à safra do ano passado”, diz Vilela.
Mas, para isso, será necessária uma maior regularidade do regime de chuvas ao longo do ano, garantindo uma boa colheita das safrinhas de grãos que serão plantadas.
“Falar que, neste ano, estamos em tendência de desastre climático não é verdade. É claro que há irregularidades e, naturalmente, dentro dos ciclos, coisas acontecem”, diz Vilela.