Especialista da XP aposta que juros ficarão no mesmo patamar até 2026, sem novos reajustes
(Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Com os juros básicos da economia no maior patamar desde 2006, o Brasil figura na lista de países com taxas reais mais elevadas do mundo. A sétima alta consecutiva da Selic foi anunciada semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na avaliação de Marco Loureiro, sócio e líder regional da XP em Minas Gerais, o impacto da Selic em alta é negativo, especialmente para o agronegócio, mas também abre oportunidades de diversificação de investimentos em renda fixa.
“Nossa região depende de crédito rural e financiamento de máquinas e insumos. A manutenção da Selic em patamar elevado encarece essas linhas de crédito", observa o especialista, para quem o agronegócio mineiro pode adiar investimentos em tecnologia e expansão com o custo do crédito nesse nível.
"Para os investidores, alinhados ao time de alocação da companhia, orientamos privilegiar exposições em renda fixa, principalmente os pós-fixados (atrelados ao CDI) e os indexados à inflação (IPCA+), mas sem abrir mão da diversificação, necessária para atravessar períodos mais incertos como os atuais”, destaca.
Com expectativas de inflação acima da meta, pressionada por demanda alta, o Copom indicou, na última terça-feira, que a Selic deve ser mantida a 15% ao ano por “período prolongado”. .
Economistas da XP avaliam, em relatório, que algum grau de flexibilização monetária parece provável no ano que vem. “No entanto, isso dependerá fortemente de como evoluirá a economia global e, sobretudo, das perspectivas para a política econômica doméstica em 2027 — que seguem incertas, dado o calendário eleitoral”, ponderam.
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