(Arquivo Hoje em Dia)
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, acredita que as vendas externas da proteína em 2012 ficarão "um pouco acima" das 516,419 mil toneladas registradas no ano passado. "Se repetirmos em outubro o desempenho de setembro - o que é bem possível de ocorrer - fecharemos o ano acima das 516 mil toneladas de 2011", disse o executivo em entrevista à Agência Estado.
Em dezembro, as exportações brasileiras tendem a recuar com a menor participação da Rússia como destino do produto já que o acesso aos portos do país fica impossibilitado pela água congelada. "É somente um mês, não tem impacto (no total)", ressaltou Camargo. A perspectiva de normalização dos embarques à Argentina também colaborará para o resultado positivo no ano. "No começo de setembro, por alguns dias, as licenças de importação deixaram de ser emitidas. Agora está normal. Devemos ter um segundo semestre de 2012 igual ao de 2011 no comércio com o país", afirmou Camargo Neto.
No mês passado, os embarques de carne suína totalizaram 60,44 mil toneladas, aumento de 45,98% ante setembro de 2011. No acumulado dos nove meses do ano, as vendas externas da proteína somam 428,18 mil toneladas, 9,72% mais que o mesmo período do ano passado. A retomada das vendas de algumas unidades à Rússia e a recuperação de alguns mercados como Emirados Árabes, Cingapura e Turquia fizeram de setembro o melhor mês do ano para as exportações brasileiras de carne suína.
Japão e Ucrânia
Para o presidente da Abipecs, o processo burocrático de abertura do Japão à carne suína de Santa Catarina deve ser finalizado ainda este ano. "O mais importante já foi feito, que foi a aprovação da parte sanitária. Falta a parte burocrática, que é o Certificado Sanitário Internacional (CSI) e a lista de estabelecimentos aptos a exportar à região", explicou Camargo Neto.
O executivo também disse que a Abipecs já entrou em contato com o governo brasileiro sobre o pedido da Ucrânia à Organização Mundial de Comércio (OMC) para elevar a alíquota de cerca de 250 linhas tarifárias, incluindo as de carne suína. "O governo também já está conversando com as autoridades do mercado para entender a solicitação. O que não podemos é não ter firmeza caso essa questão continue", ressaltou.
Com relação à demanda do final de ano no mercado interno, o presidente da Abipecs acredita em "boas vendas", com desempenho semelhante ao de 2011. Questionado se as medidas anunciadas pelo governo estão fazendo efeito sobre a cadeia, o executivo falou que é necessário esperar mais tempo para avaliar os impactos. "No curto prazo fica difícil fazer uma avaliação precisa. Até porque ocorreu muita coisa ao mesmo tempo: greve dos fiscais, alta expressiva dos grãos, entre outros."
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