(Flávio Tavares)
O setor de alimentos e bebidas de Minas Gerais receberá investimentos de R$ 160 milhões nos próximos meses, com abertura de 1.260 postos de trabalho diretos e indiretos. O anúncio foi realizado nesta quarta-feira (29), durante solenidade de assinatura de protocolos de intenções no Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte.
Do total de investimentos formalizados, R$ 130 milhões serão aplicados na construção da nova unidade industrial da Uberlândia Refrescos, fabricante de Coca-Cola. As obras devem começar em abril.
A expansão vai possibilitar à empresa aumentar em 77% a produção atual, passando de 840 milhões de garrafas KS para 1,44 bilhão por ano.
“Esse acordo entre o Estado e a Uberlândia Refrescos, que é histórico, contribuirá muito para a expansão de nossos negócios e, com certeza, trará ainda mais benefícios para Minas e todas as cidades do Triângulo, Alto Paranaíba, Noroeste e para o Brasil”, afirmou o presidente da empresa, Alexandre Lacerda Biagi.
De acordo com a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, a ampliação da capacidade produtiva da Uberlândia Refrescos contribui para a consolidação do Estado no segmento de alimentos e bebidas. “A expectativa desse mercado é a de crescimento acima da média do Brasil, porque o consumidor está sofisticando o consumo, exigindo mais qualidade, produtos de marca”, disse Dorothea.
Os R$ 30 milhões restantes serão investidos em Piumhi, no Centro-Oeste de Minas Gerais, onde será inaugurada, em meados de março, uma unidade de produção de café torrado e moído, cappuccino, achocolatados e massas de bolo da Qualy Marcas Comércio e Exportação de Cereais, do Grupo Minas Export.
“A produção será implantada em três etapas e, ao final, delas, vamos processar cerca de 4 mil toneladas de café por mês. Na primeira etapa, serão, aproximadamente, 1.500 toneladas mensais. Essa indústria será uma das mais modernas da América Latina”, afirmou o diretor comercial da Qualy Marcas,
Rogério Júnior Soares Ferreira.
Atualmente, a empresa, que tem matriz em Piumhi e filial em São Paulo, comercializa e exporta apenas café cru em grão. Com a nova unidade, a meta é alcançar novos mercados estrangeiros e consolidar-se ainda mais no Brasil.
Valorização
Segundo o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, o projeto da Qualy Marcas agregará valor ao café do Estado. Conforme o governador, há um hiato no setor, já que o Estado é o maior produtor de café do país, com cerca de 50% da safra da variedade arábica, porém, a liderança na exportação do produto processado fica com Alemanha, Suíça e Itália.
“Isso é uma desmoralização. Então, temos que agregar valor ao nosso café, o que não é fácil de fazer. Mas, em breve, seremos o maior consumidor do mundo, ultrapassando os Estados Unidos”, disse Anastasia.