(Hermano Chiodi / Hoje em Dia)
O desempenho do setor de livrarias, jornais, revistas e papelarias no Brasil surpreende quem avalia os números. O crescimento registrado no ano foi de 21,3%, de acordo com levantamento realizado pelo IBGE e divulgado nesta quarta-feira (13). É um resultado muito superior à média dos demais setores do varejo avaliados pela pesquisa, que marcaram alta média de 1% no mesmo período.
Escritora e dona de uma editora de livros, Leida Reis confirma os números apontados pelo instituto e os atribui à retomada das feiras e eventos presenciais, que servem como espaço de venda para livrarias e livreiros do país. Na cidade, por exemplo, foi realizada este ano a Bienal Mineira do Livro, em maio, e já existem outros eventos previstos, como a “Primavera dos Livros”, que deve acontecer no segundo semestre na Praça da Liberdade.
“As vendas online são um canal importante para as livrarias, mas a venda presencial é o diferencial para o setor neste ano”, afirma Leida, proprietária da Páginas Editora, com sede em Belo Horizonte.
Ela destaca ainda o aumento dos lançamentos durante a pandemia, o que também contribuiu para o salto nas vendas. “Muita gente tinha o plano de lançar um livro, tinha um projeto guardado na gaveta, e a pandemia mostrou que a gente não pode deixar nossos planos para depois”, avalia.
Santuza Rodrigues é leitora assídua e ajudou a impulsionar as vendas das livrarias da cidade. Psicóloga e blogueira, escreve sobre livros e filmes, e, afirma, a cada 15 dias lê um livro.
Para manter esse ritmo de leitura, Santuza precisa renovar constantemente a própria biblioteca. “Estou sempre lendo algum livro, em busca de conhecimento e espírito crítico”, diz.
Ela também busca conteúdos na internet, mas prefere “a textura, o cheiro do livro”, diz. Um gosto compartilhado por Paulo Fernandes, livreiro da Livraria do Belas, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
Segundo Paulo, o crescimento do varejo de livros se justifica pela relação diferenciada entre leitor e vendedor.
“Na livraria tem a história do livro, não tem spoiler”, diz. Na opinião de Paulo, as livrarias são mais do que lojas de livros. “São locais de encontro, e é esse diferencial que garante o crescimento do setor mesmo em momentos de crise generalizada, como atualmente”.
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