(Inesfa)
Os produtores de aço e os fornecedores de sucata travam uma queda de braço que chegou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As siderúrgicas, representadas pelo Instituto Aço Brasil (IABr) pedem a criação de um imposto de exportação de sucata, alegando que pode faltar o produto no Brasil, usado em 28% do aço fabricado no país.
Já o Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e de Aço (Inesfa) apresentou estudo onde afasta a possibilidade de desabastecimento.
A estratégia das siderúrgicas é impedir as exportações para conter a alta do preço no mercado interno, o que eleva os custos de produção de aço.
A sucata, oriunda principalmente da produção automotiva e da linha branca, é usada nos fornos elétricos que produzem aço.
Estoque
O estudo apresentado pelo Inesfa aponta que, atualmente, o Brasil possui um estoque de sucata de ferro de mais de 13,4 milhões de toneladas, com tendência de aumento para os próximos anos.
Apenas entre as empresas do comércio atacadista do Estado de São Paulo, há mais de 240 mil toneladas em estoque sem comprador (equivalente a 70% de todo o volume exportado em 2012).
O assunto entrou na pauta da Câmara de Comércio Exterior (Camex) na terça-feira, dia 5, mas foi retirado da votação.
Bem escasso
O IABr alega que a sucata é um bem escasso e insumo importante à produção do aço. “Por essa razão, mais de 20 países tomaram a iniciativa de proibir ou taxar sua exportação. A China, por exemplo, impôs taxa de 40%. Não somos favoráveis à taxação da exportação de produtos brasileiros, inclusive da sucata. Entretanto, não é justo termos que pagar taxas elevadas para importar sucata desses países e a sucata brasileira ir para esses mesmos países sem qualquer tipo de restrição”, diz nota do IABr.
O instituto informou também que, no Brasil, 11 empresas produtoras de aço, assim como mais de mil empresas de fundição, demandam toda a sucata disponível no mercado doméstico. Atualmente, porém, elas operam com ociosidade alta, reduzindo a demanda.