O presidente-executivo (CEO) da Siemens, Peter Loescher, que ficou sob intensa pressão nesta semana depois de a companhia emitir um alerta de que o resultado pode ficar abaixo do esperado, está pronto para deixar o cargo, sendo substituído por um membro do Conselho de Administração, de acordo com comunicado da empresa de engenharia e tecnologia divulgado na tarde deste sábado.
O movimento deve ser aprovado pelo Conselho de Supervisão da Siemens, que se reúne quarta-feira, dia 31 de julho. "Na sua reunião de 31 de julho, o Conselho de Supervisão decidirá sobre a saída antecipada do presidente", disse a Siemens. "O Conselho vai decidir sobre a nomeação de um membro do Conselho de Administração como presidente."
A pressão sobre Loescher, nomeado para presidente em 2007, tem sido crescente em meio a críticas dos investidores nos últimos meses e que se intensificaram na quinta-feira, quando a Siemens disse que não vai atingir o seu objetivo de uma margem de lucro global de pelo menos 12% no ano fiscal que termina em 30 de setembro de 2014.
Siemens, a segunda maior empresa da Alemanha em vendas, vem frustrando sistematicamente suas metas de lucros desde que o Loescher se tornou CEO. Em maio, a Siemens reduziu a previsão de lucro para o ano devido a encargos, perdas no negócio de energia solar e um ambiente econômico fraco.
Encargos de atrasos e custos em grandes projetos, como ordens de trem e ligações à rede de parques eólicos no Mar do Norte, também reduziram os lucros nos últimos anos. Em uma reunião de acionistas em janeiro, os investidores criticaram Loescher por metas de receita excessivamente ambiciosas.
O abalo vem às vésperas da divulgação dos resultados do terceiro trimestre da companhia, nesta quinta-feira.
A empresa se recusou a comentar sobre o qual membro do Conselho assumirá o cargo de CEO, mas as expectativas estão centradas em três nomes: o diretor executivo de finanças (CFO), Joe Kaeser; o chefe da divisão de indústria, Siegfried Russwurm; e o chefe da divisão de energia, Michael Suess.
Loescher, um austríaco, juntou-se à Siemens vindo da Merck e foi escolhido CEO no verão de 2007, na sequência de um escândalo de corrupção na empresa com sede em Munique. Fonte: Dow Jones Newswires.
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