Sindicato ameaça com greve se governo não revir MP 595

Renan Carreira
05/02/2013 às 14:03.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:44

O vice-presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), João de Andrade, informou, em entrevista à Agência Estado, que será articulada greve nos portos brasileiros se a Medida Provisória (MP) 595, que trata da concessão dos terminais para a iniciativa privada, for aprovada da forma em que foi elaborada. Andrade disse que líderes sindicais viajaram, nesta terça-feira, para Brasília, onde pretendem discutir com deputados e senadores os prejuízos da medida na avaliação do Sindaport.

Andrade disse que os sindicatos podem fazer outro tipo de pressão, além da greve, como ir até a "porta da casa" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, em São Paulo. "Vamos lá mostrar que o que foi feito a favor dos trabalhadores portuários durante os oito anos do governo dele, está sendo destruído pelo governo Dilma."

Segundo o Sindaport, a MP 595 revoga a Lei de Modernização dos Portos, de 1993. O documento está em fase de tramitação, podendo ser aprovado ou não pelo Congresso Nacional. A MP, em vigência desde 6 de dezembro, tem força de lei por até 120 dias.

Na semana passada, o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, se reuniu com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em busca de apoio da bancada tucana no Congresso para mobilizações contrárias à MP 595.

Na ocasião, o sindicalista não descartou paralisações no maior porto do País, o de Santos, caso o governo federal se recusasse em rever a medida. "Os trabalhadores não vão aceitar as propostas e, a partir do carnaval, a ideia é termos um processo de manifestações e paralisações que podem ser curtas ou longas", disse ele, na semana passada.
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