A greve dos 55 mil trabalhadores nas obras de construção da refinaria Abreu e Lima (Rneste) e Petroquímica Suape (PQS), no município metropolitano de Ipojuca (PE), perdeu força e 70% dos operários retomaram nesta quarta-feira suas atividades.
Sem poder fazer a assembleia com os trabalhadores na portaria da refinaria, por decisão judicial - que concedeu liminar a um pedido patronal - o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada em Pernambuco (Sintepav-PE), Aldo Amaral, afirmou que restam poucas pendências a serem tratadas e que, na sexta-feira (23), deve chegar ao fim a paralisação, iniciada em 30 de outubro e considerada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região.
As pendências se referem à reivindicação de abono dos dias parados e reversão de 50 demissões por justa causa. De acordo com Amaral, a equiparação salarial - principal motivo da paralisação - "está praticamente alinhada". Os operários reclamavam da diferença de até 47% na remuneração de uma mesma função, já que as empresas dos consórcios responsáveis pelas obras adotam políticas salariais diferentes.
O Sintepav-PE tentou na quarta-feira (20), em Brasília, retomar as negociações com a mediação do ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, que desempenhou esta missão, sem sucesso, em duas rodadas, nos últimos dias 10 e 12. Desta vez, o presidente do sindicato sequer foi recebido, sob a alegação de que não trazia nova proposta a ser apresentada aos empregadores.
Com o movimento enfraquecido, o Sintepav-PE vai distribuir na quinta-feira um panfleto explicando aos trabalhadores que as negociações acerca das pendências restantes estão em curso. "Quem concordar (dos 30% restantes), deve voltar ao trabalho", afirmou Amaral.
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