Agricultores mineiros se preparam para colher a maior safra de soja dos últimos anos. Estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que o Estado, sétimo produtor nacional, tenha uma colheita de 3,3 milhões de toneladas do grão na safra 2012/2013, quase 10% a mais que na anterior. As regiões do Triângulo e Noroeste concentram 74% da lavoura em Minas. Mato Grosso, o maior produtor do país, deverá colher 18,7 milhões de toneladas. Seduzidos pela valorização, muitos produtores mineiros optaram por plantar soja no lugar do milho. O preço médio da saca de 60 quilos, em novembro, foi cotado em R$ 75,73 contra R$ 47,74 alcançado no mesmo mês de 2011, chegando a R$ 86,82 em setembro. A substituição da cultura fez com que a área plantada em Minas, calculada em 1,1 milhão de hectares, aumentasse em quase 5%, ocupando espaço antes dedicado à cultura do milho. “O potencial de lucratividade pesa na decisão do produtor, mas ele (o produtor) só migra para outra cultura se tiver expertise”, explicou Pierre Vilela, coordenador da Assessoria Técnica da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg). A alternância de cultura, enfatiza o técnico, exige investimentos em tecnologia e equipamentos. Estimada em 81 milhões de toneladas, a safra do país em 2012 deverá ser confirmada como a maior de todos os tempos. O crescimento, tanto em Minas quanto no Brasil, se deve aos bons preços que a soja alcançou durante o ano no mercado internacional. A quebra de safra dos Estados Unidos, provocada pelo agravamento da seca, considerada a pior dos últimos 50 anos, e a problemas climáticos que também atingiram o sul do Brasil, a Argentina e o Paraguai e, sobretudo, o aumento do consumo mundial liderado pela China, foram fatores que alavancaram preços no mercado internacional. Responsável por 31,4% da produção mundial calculada em 258,1 milhões de toneladas em 2012, o Brasil deverá superar os Estados Unidos e se consolidar nesta década como o maior exportador do produto, atingindo 41,3 milhões de toneladas. A China, primeiro mercado consumidor do mundo, é também o maior comprador do Brasil e absorve 29,2% de toda a produção mundial, seguida dos Estados Unidos (17,1%) e do Brasil, que fica com 15,5% de tudo o que é colhido.