Solução de 1º mundo para as desigualdades de Minas

Raul Mariano - Hoje em Dia
29/06/2015 às 06:36.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:40
 (Leonardo Morais)

(Leonardo Morais)

A crise econômica que se arrasta desde o início de 2015 e impacta todo o país tem prejudicado de forma intensa as regiões menos desenvolvidas. As evidências são as disparidades cada vez maiores de renda, acesso a serviços básicos por parte da população e capacidade produtiva de cada localidade. Em Minas, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita anual do Triângulo Mineiro é quase 75% maior do que o mesmo indicador no Vale do Jequitinhonha e Mucuri.

Até o fim do ano, a queda na produção física da indústria mineira será de 2,6%, segundo levantamentos do IBGE. No primeiro trimestre, o recuo foi de 0,3%. Nesse contexto, regiões pouco competitivas se tornam ainda mais vulneráveis economicamente.

Com o déficit de R$ 7,5 bilhões nas contas do governo estadual e a queda de quase 97% dos investimentos no primeiro quadrimestre frente ao mesmo período do ano anterior, a situação do desenvolvimento regional se torna ainda mais crítica.

Uma das ações que devem trazer esperança para as regiões mais desamparadas do Estado é a parceria firmada entre Associação de Estudos Regionais (RSA), da Inglaterra, o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (Cedeplar) e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

“A proposta é aproximar toda bagagem que eles têm com mais de 50 anos de pesquisas em estudos regionais com a nossa realidade. Temos problemas de desigualdades regionais que eles já resolveram há muito tempo e também problemas que eles ainda têm. Vamos encontrar soluções conjuntamente e aplicar na realidade do Estado”, explica o professor da UFMG e presidente da Divisão da América Latina da RSA, Pedro Vasconcelos Amaral.

Para Amaral, o esforço para que seja criado um desenvolvimento integrado é essencial para que as regiões do Estado se desenvolvam de maneira menos desigual.

“Essa busca tem exemplo nas políticas inglesas de recuperação e expansão da região norte do país”, enumera.

BDMG reduz taxa de juros para fomentar a economia

Além da troca de experiências sobre problemas comuns entre as realidade europeia e brasileira, a parceria marca também a ampliação do foco de atuação do banco de desenvolvimento no Estado, segundo avaliação do presidente do BDMG, Marco Aurélio Crocco.

“O banco recupera com essa parceria o papel de pensar a realidade de Minas e produzir conhecimento sobre o Estado, o que é fundamental para orientar sua política. Um banco de desenvolvimento não trabalha apenas com concessão de crédito, mas também o fornecimento de inteligência”, opina.

Para Crocco, o momento de desaquecimento econômico torna o papel do banco ainda mais importante para fomentar os setores produtivos como a indústria na superação da crise que atinge todo país.

“Recentemente, alteramos linhas de financiamento, reduzindo inclusive nossa taxa de juros, para incentivar a retomada da economia”, conclui.
 

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