Surge possibilidade de solução para a crise do Grupo Rede Energia

Do Hoje em Dia
14/10/2012 às 07:19.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:12

Está surgindo uma possibilidade de solução para a crise do Grupo Rede Energia, que distribui eletricidade para uma população de 20 milhões de pessoas em sete estados e tem dívidas de R$ 5,7 bilhões. No final de agosto, o governo anunciou a intervenção em oito das nove distribuidoras do grupo, deixando de fora apenas a Celpa, que se encontrava em regime de recuperação judicial. Em junho, a Equatorial Energia havia apresentado proposta de aquisição do controle da Celpa, que estava ainda sendo analisado pelo governo no momento da intervenção.
A Equatorial acabou comprando a Celpa e agora se aliou à CPFL Energia com o objetivo de assumir o controle indireto do Grupo Rede Energia. A Celpa (Centrais Elétricas do Pará), controlada pelo governo do Estado, foi privatizada em 1998. O comprador foi o Grupo Rede, que recebeu para isso recursos da União, com aval do governo do Pará. Nos últimos meses, o Estado vinha sofrendo frequentes apagões.
O Grupo Rede se destacou como parceiro do programa Luz para Todos, criado em 2004, pelo governo Lula. A empresa afirma que, por meio desse programa, que hoje está paralisado no Pará, 3 milhões de pessoas passaram a receber eletricidade em casa. O grupo distribui energia para 578 municípios de Minas, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Pará.
Não é certo ainda que CPFL Energia e Equatorial adquiram o Grupo Rede, ajudando o governo a resolver um grande problema. Vai depender do resultado de auditoria nas nove empresas do grupo e da aprovação do plano de recuperação de todas elas pelo governo. No fundo, vai depender de mais recursos públicos injetados neste grupo, que teve forte crescimento com o processo de privatização feito durante o governo Fernando Henrique Cardoso, época em que também nasceu a CPFL Energia.
E a Aneel vai receber na segunda-feira (15) manifestações sobre a renovação dos contratos de concessão que vencem entre 2015 e 2017. Para garantir agora a renovação, a Cemig deverá aceitar as novas regras anunciadas pela presidente Dilma Rousseff em setembro, com vistas a reduzir o preço de energia para os consumidores. Por enquanto, o que caiu, em 20%, foi o valor das ações da Cemig na Bovespa.
O nível de estresse do governo na área de energia se eleva com a ameaça da Petrobras de cortar investimentos, se não puder aumentar os preços dos combustíveis. Mas esse é um problema que a presidente provavelmente só vai discutir depois das eleições.

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