O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse nesta segunda-feira que o risco de haver um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de energia no País é de, no máximo, 2%. Segundo ele, o dado leva em conta o chamado equilíbrio estrutural do sistema elétrico e é recalculado todos os meses pelo governo.
Tolmasquim explicou que, para este ano, há um excedente de energia de 1.773 MW médios, que deve dobrar em 2014. "É uma situação de tranquilidade. Temos uma oferta maior do que a demanda", afirmou. "Os 2% foram o critério escolhido para poder calcular quanto eu tenho de oferta para poder comparar com a demanda. O nível de risco que eu tenho hoje, eu diria, talvez seja até menor do que isso."
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reiterou que o risco é mínimo. "A margem de risco é mínima. Nós estamos a todo momento valorizando o risco, e não a segurança, que é de mais de 98%", protestou. "Nunca mais teremos racionamento de energia no Brasil. Nem agora e nem nunca mais, isso é coisa do passado."
Em relação aos atrasos nas obras de geração e transmissão de energia elétrica no País, Tolmasquim disse que o relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), citado na edição desta segunda-feira do jornal O Globo, leva em consideração todas as usinas que foram concedidas no País, enquanto a área de planejamento energético do governo exclui várias, como as de menor porte ou aquelas que não serão mais construídas - como as da Bertin.
"Então, esse atraso é muito menor do que o que foi divulgado. Não estamos contando com muitas delas", afirmou Tolmasquim. "O governo planeja com folga. Não se planeja considerando exatamente a demanda. Fazemos os leilões de reserva e contratamos mais do que o necessário para o caso de haver atrasos. Esses atrasos existem, mas não comeram a gordura que temos no setor."
Tolmasquim ressaltou que o País hoje conta com térmicas, o que não havia em 2011, quando houve o racionamento. "Hoje temos conjunto de térmicas que estão aí e são operadas quando necessário. Isso não deve ser visto como problema", afirmou. Segundo ele, o governo se prepara para não enfrentar problemas nessa área, mesmo que em 2014 ocorra a pior seca dos últimos 80 anos.
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