Usinas devem absorver impacto de corte de impostos do álcool

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
24/04/2013 às 06:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:06

A desoneração do PIS e da Cofins do etanol, anunciada na terça-feira (23) pelo Governo federal, não deixará o combustível competitivo frente à gasolina em Belo Horizonte. Ainda que houvesse repasse integral para as bombas, o litro do álcool hidratado custaria o equivalente a 73% do derivado do petróleo. Para ser vantajoso financeiramente, o preço do etanol deve ser pelo menos 30% inferior ao da gasolina, já que tem rendimento menor.

A expectativa, no entanto, é a de que 60% dos R$ 0,12 que serão abatidos do preço do álcool – o equivalente a R$ 0,7 – sejam absorvidos pelas usinas e, portanto, ficarão longe da bomba e do consumidor, conforme afirma Luis Custódio Cotta Martins, coordenador do Fórum Nacional Sucroenergético, que alega defasagem de preços.

Os 40% restantes, cobrados nas distribuidoras, devem ser repassados para os postos, segundo o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Alísio Vaz.

“O setor de distribuição é muito competitivo e certamente tudo que for recebido será repassado para os preços”, garantiu Vaz.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Paulo Miranda, afirmou que os postos dependem dos outros elos da cadeia para repassar o “desconto” ao consumidor.

O governo anunciou uma série de incentivos para o etanol no país. Foram liberadas linhas de crédito para produção e estocagem no valor de R$ 6 bilhões. Além disso, os produtores terão direito a um crédito de PIS-Cofins para reduzir a carga tributária do setor.

No entanto, nem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nem a presidente Dilma Rousseff quiseram se comprometer com a redução do preço do etanol nas bombas. “As medidas são para que o setor tenha condições de ampliar o investimento e aumentar a produção”, afirmou Mantega.
 
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