(Cristiano Couto/Arquivo)
Com um volume de emplacamentos em julho 13,6% menor do que no mesmo mês do ano passado, de acordo com o balanço publicado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o cenário do varejo de automóveis no país é preocupante, com possibilidade de fechamento de revendas. Quem dá um retrato do cenário é o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv-MG), Mauro Moraes Filho. “Esse não é um problema exclusivo de Minas Gerais, estamos seguindo o fluxo do mercado nacional. No Estado, registramos retração de 6,46% de janeiro a julho na comparado com o mesmo período de 2013. São 20 mil unidades a menos, somando todos os segmentos (automóveis, caminhões e motocicletas). Com os custos de manutenção altos, fatalmente veremos revendas de marcas menores fechando as portas este ano”, prevê Filho. De acordo com a Fenabrave, a queda no segmento de automóveis de passeio e comerciais leves atinge 11,27% no país no acumulado do ano. Em Minas, o recuo é de 8,24%, o que segundo Filho, dificilmente será compensado até o fim do ano. Apesar do IPI reduzido e do incentivo do governo ao crédito, as vendas seguem o ritmo lento da economia. “As concessionárias já cortaram tudo o que podiam e estão operando no vermelho. É impossível reverter o quadro negativo do primeiro semestre até o final do ano”, afirma. Quem está atrás do balcão confirma as dificuldades. “Em 2013 nossa média de vendas mensais foi de 300 unidades. Este ano, estamos nos desdobrando para conseguir fechar em 150 carros. Temos colegas que viraram o mês sem vender nada. A loja está cortando custos para não precisar mexer no quadro de funcionários”, conta o funcionário de uma concessionária da capital, que pediu para não ser identificado. Nas fábricas, já foram realizados ajustes. Desde o início do ano, a maioria das montadoras adotou alguma medida para frear a produção em razão da baixa demanda e dos altos estoques. Ranking Entre os líderes de vendas, a Fiat ainda se mantém no topo com 21,53% de participação de mercado. A fábrica de Betim, emplacou desde janeiro, 400.973 automóveis de passeio e comerciais leves. A Iveco, por sua vez, ampliou sua participação em 0,05% entre junho e julho e se mantém na sexta posição entre os fabricantes de caminhões com 5.131 unidade licenciadas entre janeiro e julho deste ano. No entanto, o fabricante com filial em Sete Lagoas, é líder no segmento de furgões com 6.384 carros entregues desde o início do ano. A liderança no setor de caminhões fica por conta da Mercedes-Benz, que tem 27,05% do mercado de caminhões, com 21.033 unidades vendidas.