Vendas em 2015 têm a maior queda dos últimos 12 anos

Hoje em Dia
15/05/2015 às 06:20.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:02
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Com o desaquecimento do mercado de trabalho e o crédito mais restrito, as vendas do comércio recuaram 0,8% nos três primeiros meses deste ano em compação com o mesmo período de 2014. Foi o pior resultado para um trimestre desde o terceiro trimestre de 2003 (-4,4%), quando o país ainda sentia os efeitos da incerteza do primeiro governo Lula. Os dados foram divulgados pelo IBGE.

Em Belo Horizonte não foi diferente. O comércio varejista fechou o primeiro trimestre do ano com queda de 1,67%quando comparado com o mesmo período de 2014, segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes de Belo Horizonte (CDL/BH).

De acordo com o presidente da entidade, Bruno Falci, a queda é resultado da menor atividade no cenário macroeconômico, associada a juros maiores, aumento do índice de desocupação, queda da renda real e alta da inflação.

“Com o aumento no custo de vida, os consumidores estão cada vez mais sendo pressionados a diminuírem seu consumo para manterem os custos básicos, restringindo o que é considerado supérfluo, para evitar a inadimplência”, apontou Falci, que não está otimista para os próximos meses.

“Sem indícios de recuperação da economia, os consumidores continuarão cautelosos para se comprometerem com compras”, apontou.

Setores

A pesquisa nacional realizada pelo IBGE aponta que na comparação entre março e fevereiro, houve queda em sete dos dez setores pesquisados. A atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, uma das mais importantes, recuou 2,2% na passagem de fevereiro para março. No ano, a queda é de 1,3%.

Entre os fatores que derrubam o varejo, de acordo com o IBGE, está o desânimo para consumir. Por trás da falta de confiança também estão questões como a turbulência política e o risco de desabastecimento de água e energia.

Ainda tiveram baixas na comparação mensal os grupos de móveis e eletrodomésticos (-3%), tecidos, vestidos e calçados (-1,4%) e equipamentos e materiais para escritório (-0,2%).

Avanços

No outro extremo, avançaram na comparação a fevereiro as atividades de combustíveis e lubrificantes (2,8%), artigos de uso pessoal (1,2%) e farmacêuticos, médicos e cosméticos (1,2%).

O varejo ampliado –que inclui veículos e motos – teve queda de 1,6% em março, na comparação com fevereiro. O resultado do trimestre foi de queda de 5,3%, o pior desde o início da série histórica do IBGE desde 2001.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por