(Marcelo Camargo)
As vendas reais nos supermercados brasileiros acumularam alta de 5,36% em 2013, segundo a Associação de Brasileira dos Supermercados (Abras). O crescimento supera a expectativa da entidade, que no início do ano passado estimava uma elevação de 3,5%. Em dezembro, as vendas cresceram 2,87% na comparação com o mesmo período em 2012. Em relação a novembro, houve alta de 20,62%. “Não tivemos um dezembro tão bom, mas fechamos o ano com um acumulado – não que surpreenda, porque ele já vinha bem – mas com um desempenho muito bom”, avalia o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda. A pesquisa sobre preços feita com 35 produtos da cesta básica apontou alta de 0,14% em dezembro, na comparação com novembro. O custo da cesta passou de R$ 359,83 em novembro para R$ 360,35 em dezembro. Já em relação a dezembro de 2012, houve crescimento de 5,43%. Os preços que mais subiram em dezembro foram os da cebola (8,29%), do tomate (7,07%) e da farinha de mandioca (4,16%). De acordo com Honda, durante todo o ano passado, os alimentos que mais puxaram a alta dos preços foram farinha de mandioca (27,8%), por causa da seca no Nordeste, e a farinha de trigo (33%), devido à alta do dólar. Já os produtos que mais reduziram o preço foram leite longa vida (-7,01%), batata (-3,49%) e feijão (-2,86%). Para 2014, a projeção da entidade é um crescimento de 3%. “Procuramos não extrapolar muito [na projeção], é melhor corrigir depois para cima do que para baixo”, justificou o presidente da Abras. Segundo ele, a estimativa conservadora leva em conta diversas variáveis como a crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a taxa de desemprego, que devem ficar estáveis neste ano. A associação levou em conta também o esgotamento da desoneração da cesta básica, que impactou positivamente as vendas em 2013. As perspectivas são positivas, contudo, para as vendas durante a Copa do Mundo, quando o consumo de bebidas (alcoólicas ou não) e outros alimentos deve ser impulsionado. De acordo com Honda, a venda desse tipo de produtos cresceu em 2010, na época da Copa, e voltou a despontar no ano passado durante a Copa das Confederações. Outra variável que poderá elevar as vendas do setor em 2014 é o clima, explicou Honda. O verão mais ameno e o inverno mais rigoroso de 2013 prejudicaram a comercialização de produtos de consumo esporádico. Já em 2014, o verão está mais quente e o inverno deve ser ameno.