Volkswagen precisa ampliar fatia de mercado no Brasil

Estadão Conteúdo
14/11/2017 às 07:45.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:41
 (Divulgação)

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Em passagem "relâmpago" de dois dias pela Argentina e pelo Brasil, o presidente global da marca Volkswagen, Herbert Diess, afirmou que ainda não está satisfeito com os resultados no Brasil, apesar da recuperação da empresa no País no último ano. Hoje com 12% do setor de automóveis e comerciais leves, a montadora viu seu domínio cair a menos da metade de patamares históricos. "O mercado hoje está mais competitivo, não vamos voltar a 30%. Mas não estamos satisfeitos", disse Diess, em entrevista no último sábado, em São Bernardo do Campo.

Os últimos anos foram desafiadores para a montadora alemã. Além de a empresa ter admitido a culpa em um escândalo global por burlar testes de emissões de poluentes de seus veículos a diesel, o que lhe rendeu multas bilionárias, a Volkswagen sofreu com a lentidão para se renovar - como resultado, sua linha de produtos ficou antiga e pouco atraente. No Brasil, o efeito foi tão forte que a alemã viu sua participação cair a menos de 7% em 2016.

Apesar da recuperação dos últimos 12 meses, o esforço de rejuvenescimento da marca e de produtos continua, afirma o presidente da Volkswagen Brasil e América do Sul, Pablo Di Si. Até 2020, diz o executivo, estão previstos lançamentos de 14 novos veículos no País, entre desenvolvimentos locais e ideias globais adaptadas à realidade regional. Até lá, os investimentos vão somar R$ 7 bilhões.

Dentro desse processo de renovação, começaram no último sábado as entregas dos novos Polo, o "primo" mais compacto do Golf. Na quinta-feira, a montadora fará a apresentação do Virtus, que deverá ser lançado em janeiro de 2018.

Uma das questões em aberto, atualmente, é o destino do Gol, que está na linha da Volkswagen do Brasil desde o início dos anos 1980. O martelo sobre o modelo não está batido, segundo o presidente global da marca. "Não desistimos do Gol, mas nos programamos para dar uma solução de longo prazo para a carro em 2018."

Operação local. Diante do resultado do mercado de automóveis neste ano - a Anfavea, associação do setor, aponta alta de 28,5% na produção de veículos até outubro - e das previsões de nova expansão para o ano que vem, Di Si descarta novas reduções de mão de obra no País (a empresa, nos últimos anos, cortou cerca de 30% de seu efetivo local). O executivo também diz que a mudança na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é "grande passo na direção correta", que deverá ajudar na produtividade brasileira.

Para Diess, com o câmbio no patamar atual, o Brasil consegue viabilizar uma plataforma de exportações para a América do Sul. A montadora diz que as vendas externas de veículos subiram 69% entre janeiro e outubro, na comparação com 2016.

Etanol. O presidente global da marca Volkswagen, Herbert Diess, afirmou que a montadora está correndo para cumprir as legislações referentes a carros elétricos em mercados como a China e a Europa. "Somos obrigados pelo governo chinês a entregar mais de 1 milhão de carros elétricos por ano a partir de 2025", explica. "Na Europa, se quisermos cumprir as metas de emissões (de gás carbônico na atmosfera), teremos de produzir elétricos e ter lucro com eles." No Brasil, tudo vai depender das regras a serem definidas no programa Rota 2030, que vai substituir o Inovar-Auto. Na opinião de Diess, porém, a diminuição de emissões por aqui pode ser atingida com o uso do etanol. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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