Volume de aço importado em dezembro foi o menor em 5 anos

Bruno Porto - Hoje em Dia
09/02/2014 às 10:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:54
 (Renato Cobucci/Arquivo Hoje em Dia)

(Renato Cobucci/Arquivo Hoje em Dia)

A desvalorização do real e a redução da demanda interna derrubaram as importações de aço que atingiram, em dezembro de 2013, o menor nível dos últimos cinco anos. Nos últimos anos, a entrada do produto estrangeiro se tornou um pedra no sapato das usinas, que perderam mercado, reduziram margens e aumentaram o endividamento.

O recuo nas importações abre espaço para reajustes do preço do aço nacional, o que pode fortalecer o balanço financeiro das siderúrgicas que operam no país, apontam analistas. Ou pelo menos para uma tentativa de reajuste, uma vez que o movimento tem um limitador: a demanda fraca.

Em dezembro, 220 mil toneladas de aço estrangeiro desembarcaram nos portos brasileiros, volume menor desde as 118 mil toneladas de dezembro de 2009. “A valorização do dólar frente ao real encareceu os importados e, mesmo com a demanda mais fraca, aumentou o poder de barganha das usinas nacionais com seus clientes. A Gerdau deve puxar o reajuste do produto nacional, elevando seus preços entre 3% e 8%, segundo informações que circularam hoje (sexta-feira)”, afirmou o analista da Ativa Corretora, Lenon Borges.

Em dezembro, apesar da desaceleração das importações, a produção industrial do país caiu 3,5% em relação a novembro. O setor automotivo, um dos principais clientes de usinas de aços planos, como Usiminas e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), também apresentou indicadores de produção pouco animadores no primeiro mês de ano. A produção de veículos em janeiro na comparação com dezembro caiu 13,6%, confirmando um cenário de demanda enfraquecida.

À conjuntura atual ainda se soma os preços do minério de ferro e do carvão, mais baixos do que em 2013, e que servirão como argumento para os clientes das siderúrgicas contra reajustes do aço.

“As siderúrgicas certamente vão tentar esse reajuste, que pode se justificar também pelo preço da energia. Há algum tempo essa alta no preço do aço está sendo negociada, mas as montadoras dificultam”, observou o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi.

Ao mesmo tempo que o aço importado perde competitividade, as siderúrgicas estão retomando as exportações. Tradicionalmente as usinas nacionais exportam quando a conjunção de preços e câmbio torna o produto nacional competitivo no mercado externo.

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