Economista avalia programa Minha casa, Minha vida

Jornal O Norte
23/04/2009 às 10:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:56

Janaína Gonçalves


Repórter

O novo programa habitacional do governo federal aparece como solução para reduzir o déficit habitacional no país, estimado em aproximadamente 8 milhões de residências. As famílias que desejarem aderir ao programa já podem fazer simulação do financiamento no site da Caixa.

De acordo com o economista Egídio Nascimento, 30 anos, morador do Canelas, o programa habitacional não é novidade para a população. – Vale reforçar que este projeto não deveria sequer sair das manchetes da mídia, dado o déficit habitacional do país. Aí se torna necessário analisar a questão sob diversos ângulos - avalia. 

Ele explica que considerando que seja uma tentativa de amenizar de fato o problema das moradias,  - a iniciativa do governo é extremamente salutar à população do país, que carece mesmo de facilidades para que se torne possível o sonho da casa própria. E acrescenta ainda; - especula-se que 1,5 milhões de novos empregos sejam criados em função do volume de investimentos previstos. Mas ainda existem muitas questões para serem resolvidas antes de sua implementação sob pena do plano naufragar.

Com as taxas de juros irão variar de acordo com a renda familiar. Sendo de 5% ao ano mais Taxa Referencial (TR) para as famílias com renda de 3 a 5 salários mínimos, de 6% ao ano mais TR para famílias com rendimento de 5 a 6 salários mínimos e de 8,16% ao ano mais TR para a faixa de renda de 6 a 10 salários. Para essas faixas salariais, prazo de pagamento é de até 30 anos e a quota de financiamento é de até 100%.

Antes mesmo de aderir ao programa é preciso avaliar sobre como serão usados estes  empreendimentos, quem reforça esta idéia é o economista.  – Ainda falta uma harmonização dos projetos com o desenvolvimento urbano das cidades e, o bom funcionamento dos complexos mecanismos de subsídio, além dos seguros e garantias no período inicial das medidas. Isto sem contar com necessidade latente de se superar os entraves burocráticos. Sem isso, não tem como funcionar o programa - acrescenta.

Minas será o segundo estado maior beneficiado do programa com 88.485 residências construídas, ficando atrás apenas do estado de São Paulo. Montes Claros será uma das cidades contempladas com a construção dessas casas.  - Acho importantíssimo, programas como esse. Permite que considerável parcela da população, que de outra forma, jamais teria condições de adquirir seu imóvel, se livre do aluguel e conquiste o sonho da casa própria – ressalta.

Para ele, a  economia local também será  favorecida,  e isso vai estimular  a construção e a venda de casas populares. Além disso, o governo causa um enorme impacto na geração de emprego em empresas locais e ainda alimenta fortemente o mercado interno das cidades, pois normalmente as compras de insumos da produção, assim como também, a alimentação e transporte dos operários são feitos na própria cidade, gerando um efeito dominó e positivo no mercado local- explica.

Se avaliar esta iniciativa como medida para fortalecer o combate à crise, o governo toma uma importante medida. Com a implantação de fato deste programa, a economia ganha uma injeção de recursos de aproximadamente R$ 34 bilhões de reais. - É claro que isto trará de certa forma um aquecimento na economia, principalmente por se tratar da construção civil, uma atividade de intensa utilização de mão-de-obra e de consumo de materiais. Que é  analisada para se medir o nível de crescimento de uma economia, é de extrema relevância na constituição dos índices de crescimento.

Mas Nascimento finaliza que apesar do aquecimento da construção, no montante e na velocidade proposta pelo programa, milhares de trabalhadores da construção civil sairão do desemprego.

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