Edison Brittes é um psicopata, diz delegado que investiga morte de Daniel Correa

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
22/11/2018 às 10:31.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:56
 (Polícia Civil do Paraná/Divulgação)

(Polícia Civil do Paraná/Divulgação)

Edison Brittes Júnior é um psicopata. Essa foi a definição dada pelo delegado Amadeu Trevisan, durante coletiva concedida na tarde desta quarta-feira (21), ao assassino confesso do jogador de futebol mineiro Daniel Correa. “Ele é doente, por agir dessa forma com frieza e com ausência de remorso. Tanto que ele volta para casa (após o crime) e pede para que limpem a casa e façam strogonoff para ele, que come mesmo depois de fazer aquilo tudo”, afirmou o delegado responsável pela investigação.

A Polícia Civil do Paraná entregou ao Ministério Público nesta quarta o inquérito referente à morte de Daniel, encontrado em um matagal de São José dos Pinhais no dia 27 de outubro. Brittes e mais três homens foram indiciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Já a mulher de Edison, Cristiana Brittes, e a filha do casal, Allana, serão indiciadas por coação de testemunha e fraude processual – por terem mentido em seus depoimentos à polícia e por terem limpado a casa após o espancamento. Sétima pessoa presa no caso, Eduardo Purkote será indiciado por lesões corporais graves. Os sete estão presos.

O inquérito ultrapassa 370 páginas, constando os depoimentos de todos os envolvidos, fotos, vídeos, áudios, além das diligências, relatórios policiais e laudos periciais solicitados durante o período de investigação - 25 dias, 600 horas de trabalhos. Foram realizados cerca de sete exames complementares pelo Instituto de Criminalística e Instituto Medico Legal (IML) até chegar na conclusão dos trabalhos de polícia judiciária.

Participação

Para o delegado responsável pelo caso, além de Brittes, outros três foram indiciados por homicídio – Eduardo da Silva, Ygor King e David Willian da Silva – porque colaboraram, de alguma forma, para a morte do atleta. Para o delegado, todos entraram no carro por espontânea vontade. “Eles inibiram a vítima e diminuíram a capacidade de reação da vítima, que estava completamente embriagada”, explicou.

O delegado lembrou do sofrimento passado por Daniel, que foi duramente espancado antes de ser assassinado. “Deve ser muito difícil ouvir a própria sentença de morte. Porque, quando foi colocado no porta-malas, o Daniel escutou o Edison dizendo que ia capar e matar o rapaz”.Reprodução Instagram / N/A

Daniel tinha contrato com o São Paulo até o fim do ano

Entenda o caso

Nascido em Juiz de Fora e criado em Conselheiro Lafaiete, Daniel Correa tinha contrato com o São Paulo até dezembro e estava emprestado ao São Bento de Sorocaba. Revelado pelo Cruzeiro, ele jogou ainda pelo Botafogo e Coritiba.

O corpo de Daniel foi encontrado em um matagal de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, no dia 27 de outubro. O corpo tinha sinais de tortura - sua cabeça estava quase degolada e o pênis decepado. O empresário Edison Brittes Júnior confessou o crime e afirmou que foi movido por violenta emoção, ao flagrar o jogador de futebol tentando estuprar sua mulher, Cristiana. A Polícia Civil, porém, descarta a possibilidade de tentativa de estupro, porque o jogador estaria bêbado demais para forçar uma relação sexual.

Dentro de sua casa, Brittes teria espancado Daniel, com a ajuda de outros convidados da festa que acontecia no local. Depois, o jogador foi colocado dentro do porta-malas de um carro e levado para o matagal. Além de Brittes, outros três jovens estavam no veículo: Eduardo Silva, Ygor King e David Willian da Silva. Purkote teria participado do espancamento na casa.

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