Pesquisa conduzida na Universidade Federal de Lavras revela que estar emocionalmente bem facilita a atenção, a memória, a tomada de decisão e a persistência para alcançar objetivos
Segundo a pesquisadora, o professor deve preocupar-se tanto com o aprendizado do conteúdo como com o sentimento do aluno em relação ao conteúdo (Freepik)
Pesquisa realizada no mestrado em Educação da Universidade Federal de Lavras (Ufla) evidencia que as emoções desempenham um papel significativo nos processos de aprendizagem, podendo influenciar positiva ou negativamente o desenvolvimento acadêmico e escolar.
O estudo foi conduzido por Michelly da Silva Oliveira Machado, sob a orientação do professor Cláudio Lúcio Mendes, e procurou entender os aspectos anatômicos e fisiológicos do sistema nervoso envolvidos com as emoções e a cognição, isto é, as estruturas neurais e seu funcionamento, no diz respeito aos comportamentos emocionais e aos processos de aprendizagem.
Segundo Michelly, “as emoções interferem nos processos de aprendizagem de maneira significativa. Estar emocionalmente bem facilita a atenção, a memória, a tomada de decisão e a persistência para alcançar objetivos. Além disso, a emoção está intrinsecamente ligada à aprendizagem significativa, influenciando fatores como interesse, alegria, motivação, repetição, curiosidade e necessidades”.
A metodologia adotada incluiu revisão bibliográfica e meta-análise, uma ferramenta que possibilita a combinação estatística de resultados de estudos independentes, apresentando-se como procedimento mais eficaz que a tradicional revisão de literatura. Foi realizada uma abordagem qualitativa dos trabalhos publicados no Brasil e no exterior.
Outra ferramenta metodológica utilizada foi o diário de pesquisa, um modo de apresentação, descrição e ordenação das vivências e narrativas da pesquisa.
Os dados coletados indicaram que compreender o funcionamento do cérebro humano, especialmente o papel das emoções, é uma ferramenta imprescindível para profissionais envolvidos no processo de aprendizagem. A pesquisa vai além do conteúdo disciplinar, destacando a importância da afetividade para o desenvolvimento humano.
Visão crítica
O estudo não apenas acumula conhecimento gerado em pesquisas qualitativas e quantitativas, mas também oferece uma visão mais crítica sobre a afetividade na educação. O trabalho de Michelly destaca a importância de ressaltar a afetividade não apenas para os processos de aprendizado, mas também para a formação de professores e a construção de vínculos na comunidade acadêmica.
Os vínculos afetivos estabelecidos na relação professor-aluno, como revelado pela pesquisa, têm o poder de transmitir segurança e estímulos, moldando positivamente a trajetória de cada estudante. Com essa descoberta, a pesquisa não apenas enriquece o campo acadêmico, mas também contribui para transformações significativas no cenário educacional.
O estudo procura abrir novas perspectivas sobre como entendemos e aplicamos as emoções no processo educacional, destacando a necessidade de uma abordagem mais consciente e crítica sobre a afetividade na educação. (Adaptação do texto de Alessandra Reis, do Portal da Ciência da Ufla)
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