Reunião na Justiça para buscar um acordo entre os servidores e o Executivo municipal terminou frustrada, na quarta
Categoria protestou nesta quarta-feira na porta do TJMG (Maurício Vieira)
Professores da rede municipal de ensino em Belo Horizonte decidem nesta quinta-feira (3), em assembleia na Praça da Estação, se seguem em greve. A paralisação chega ao 28º dia sem consenso entre a categoria e a prefeitura. Reunião na Justiça para buscar um acordo entre os servidores e o Executivo municipal terminou frustrada, na quarta (2). Mas a proposta de recuo no corte de salário dos profissionais pelos dias não trabalhados pode facilitar as negociações. O assunto será debatido no encontro desta tarde, marcado para as 14h.
Na audiência realizada no Tribunal de Justiça, a PBH garantiu o pagamento do salário integral dos grevistas. Na segunda-feira (30), eles haviam recebido contracheque com descontos pelos dias parados.
Conforme o TJ, as partes apresentaram argumentos durante o encontro, mas não houve consenso. Entre as ideias apresentadas, está rodar uma nova folha de pagamento para anular o cancelamento do ponto.
“Logicamente, o sindicato não pode resolver nada sem consultar os membros da assembleia geral. Foi feito um avanço na proposta inicial apresentada, como rodar uma nova folha de pagamento para anular o cancelamento do ponto, além de outras propostas que serão analisadas pela categoria”, afirmou o desembargador Leopoldo Mameluque, que presidiu a audiência no TJMG.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal (Sind-Rede/BH) propôs também uma nova reunião com a PBH para rever os pontos debatidos e encontrar novas propostas a serem apresentadas aos professores municipais.
Antes da assembleia, haverá mais uma rodada de negociação entre a entidade que representa os educadores e a PBH.
Na audiência, a prefeitura manteve o índice de recomposição salarial em 2,49% para 2025 e propôs o pagamento das férias em atraso, além de uma bonificação de R$ 250 anuais para aposentados. A proposta foi considerada insuficiente pelo sindicato.
Segundo o Sind-Rede, mais de 80% das escolas municipais seguem paralisadas. Os trabalhadores pedem reajuste de 6,27%, com base na inflação e no piso nacional da educação.
Na semana passada, o prefeito Álvaro Damião (União) foi à Justiça na tentativa de encerrar a greve, mas o entendimento foi o de que não havia ilegalidade no movimento.
Ainda durante a audiência, a PBH foi questionada se seria possível manter a oferta de alimentação para alunos em situação de insegurança alimentar durante a greve.
O sindicato afirmou que as escolas não vão negar alimentação, mas cobra garantias legais para que diretores não sejam penalizados - e que direitos dos terceirizados sejam respeitados.
A diretora do Sind-Rede, Vanessa Portugal, afirma que a greve é legítima e disse que todas as propostas apresentadas serão levadas para avaliação da categoria.
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