(Lucas Prates)
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) avisou que irá manter também a análise socioeconômica para verificação de renda de estudantes aprovados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que pretendem usar o Sisu 2023 como forma de acesso ao ensino superior nos cursos da instituição.
No último dia 25, a UFMG anunciou que iria adotar exclusivamente o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) como instrumento seleção sócio econômica de candidatos ao Sisu, cujas famílias recebem até 1,5 salário mínimo per capita.
Na época, a pró-reitora adjunta de Ações Afirmativas da UFMG, professora Shirley Miranda, ressaltou que a alteração deveria facilitar o processo de comprovação da renda do estudante.
Segundo ela, o procedimento de análise socioeconômica feito em anos anteriores pela instituição exige muito mais documentos dos candidatos, o que pode levar a casos de indeferimento dos pedidos.
Agora, a universidade decidiu manter as duas modalidades. A intenção, explica a instituição, é que esta edição do Sisu funcione como período de transição que possibilitará que o cadastro do governo federal se consolide, nos próximos anos, como único instrumento de aferição de renda para os processos seletivos da Universidade.
Por ora, continua a UFMG, os candidatos às vagas na graduação da UFMG poderão entregar os documentos para análise socioeconômica, caso não consigam efetuar a inscrição no CadÚnico.
A decisão de também manter a análise socioeconômica deverá evitar a sobrecarrega dos órgãos de assistência social dos municípios, responsáveis pela operacionalização do cadastro do governo federal, evitando, assim, prejuízos aos candidatos.
“Recebemos alertas de que a medida [a adoção obrigatória do CadÚnico neste momento] poderia gerar um volume muito grande de demandas e impactar o acesso dos candidatos ao cadastro", justifica o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira.
A medida vale também para os estudantes que tentarão ingresso na Universidade por meio do vestibular de habilidades específicas.
Shirley Miranda destaca que a decisão de excluir a obrigatoriedade de apresentação do CadÚnico levou em consideração conversas com técnicos da Diretoria de Políticas e Programas de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC).
“Tivemos a condição de acompanhar um pouco mais de perto o processo nas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas, como o Sisu contempla todo o território nacional, não é possível saber como o sistema vai absorver toda essa demanda de candidatos às vagas na UFMG”, alertou a pró-reitora adjunta.
Transição
A Universidade recomenda que os estudantes que tenham o CadÚnico regularizado e atualizado façam uso desse mecanismo para comprovação de renda no Sisu 2023, que receberá inscrições de 16 a 24 de fevereiro.
O vice-reitor Alessandro Moreira sustenta que os candidatos que já integram o cadastro poderão apresentá-lo como instrumento de verificação de renda, e a UFMG pretende adotá-lo de forma definitiva nos próximos anos.
“O CadÚnico é um instrumento muito mais eficiente e completo, pois é usado como referência para estabelecer critérios de concessão de benefícios sociais para as populações de menor renda”, analisa.
A pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis reforça que a Universidade entende o CadÚnico como o mecanismo mais adequado para atestar a confiabilidade das informações prestadas pelos estudantes.
“Em levantamento feito pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis, constatou-se que os estudantes que ingressaram com a renda na faixa salarial de até 0,5 salário mínimo já estavam utilizando o CadÚnico, o que indica que esse é o melhor instrumento para assegurar e ampliar o acesso de estudantes de renda mais baixa”, afirma.
Canais
Para a resolução de dúvidas sobre o processo de reserva de vagas com comprovação de renda, a UFMG implantou o Plantão CadÚnico. Questões podem ser enviadas para o e-mail reservadevaga@drca.ufmg.br. Também foi disponibilizado um número de telefone para os candidatos: (31) 98223-0396. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h.
O Sisu reúne em um sistema eletrônico gerido pelo MEC as vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil, sendo a grande maioria delas ofertada por instituições federais (universidades e institutos).
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