Eleição do recall vai dando João Leite e Kalil no 2º turno

10/09/2016 às 08:17.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:46

Já disse aqui, antes do início da campanha eleitoral, que essa seria a sucessão do recall, ou seja, do índice de conhecimento dos candidatos em função do curto tempo de campanha eleitoral (foi reduzida de 90 para 45 dias). Quem já é conhecido leva vantagem sobre quem não o é.

Por isso, não é novidade que a quinta pesquisa, divulgada nesta sexta (9), do instituto Datafolha, confirme a polarização entre os dois primeiros colocados, João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS), sinalizada desde a primeira medição em Belo Horizonte. Nessa sondagem, o tucano cresceu de 26% para 30%, e o candidato do PHS foi de 15% para 19%.

Ao contrário do que pesquisas de comitês têm informado, não houve alteração na turma do rebaixamento. Todos os outros têm menos de 4 pontos. O duro resultado soa como uma ducha de água fria no esforço daqueles que buscam sobrevida para chegar ao segundo turno.

Mais do que a capacidade própria, as regras do jogo os condenam ao baixo desempenho. Na hora do voto, faltarão argumentos ao eleitor para votar nesse ou naquele por falta de comunicação com a sociedade.

Em vez de olhar para frente, conhecer novas ideias e propostas, o eleitor acabará voltando-se para trás, para o já conhecido. Em um ambiente desses, Hélio Costa, por exemplo, teria vencido Antonio Anastasia, em 2010, ao Governo de Minas; Newton Cardoso impediria a eleição de Aécio Neves, em 2002, para governador.

Ulysses Guimarães ou Leonel Brizola teriam vencido Fernando Collor nas eleições presidenciais de 89; Célio de Castro, o dr. Beagá, não teria sido prefeito, em 96, caso não houvesse a oportunidade de falar ao eleitor pela televisão. Hoje, não há espaço para o debate e exposição dos candidatos. Ninguém vota em quem não conhece.

Enfim, um candidato sem bom nível de conhecimento, com a diminuição do tempo de televisão, dificilmente, ganha, o que afeta a escolha democrática do cidadão.

Além disso, o ambiente político é o pior possível, de total descrédito dos políticos e da política, mas o regime não mudou. A sociedade continuará tendo que escolher um dos políticos em disputa.

Adjutório tucano

Para espanto de seus mais de 4 mil candidatos a prefeito no país, o PSDB nacional decidiu dar apenas R$ 100 mil aos deputados federais do partido para que eles “invistam” na campanha de seus aliados nas eleições municipais.

A medida não ajuda a nenhum dos postulantes e busca somente contribuir com a reeleição dos parlamentares beneficiados.

Ex-prefeito congestiona TRE

Do total de 1.400 impugnados na eleição municipal deste ano, até o momento, 104 candidaturas de prefeito estão entre a “vida e a morte” nos corredores do Tribunal Regional Eleitoral.

Desses, 51 foram indeferidos na primeira instância e recorreram à segunda instância; os outros 54 foram deferidos no 1º grau, mas houve recurso contra eles no 2º grau.

Cinquenta por cento deles foram atingidos pela Lei da ficha suja. Entre eles, alguns ex-prefeitos tentam sobreviver, como Paulo César Freitas, de Nova Serrana; Geraldo Hilário, de Timóteo; Genesco Aparecido, de Lagoa Santa; Galileu Machado, de Divinópolis. 

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