Eles negam, mas todos têm padrinhos na disputa de BH

31/08/2016 às 11:22.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:38

Como disse aqui, no domingo (28), o candidato a prefeito Alexandre Kalil (PHS), ao se apresentar como antipolítico, tenta confundir o eleitor e provocar os rivais para virar a novidade da eleição em Belo Horizonte. Até ontem, os concorrentes o ignoravam, mas o candidato do PMDB, Rodrigo Pacheco, o mais desconhecido e, por isso, um dos lanternas, mordeu a isca e rebateu Kalil. A reação do novo peemedebista foi provocada por ter sido tratado como apadrinhado dos caciques do PMDB – Michel Temer, presidente substituto; Renan Calheiros, presidente do Senado, e Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e deputado afastado.

Pacheco contestou que seja afilhado deles e que, ao contrário, representaria o novo PMDB e a nova política. Ainda assim, Pacheco e o antipolítico Kalil têm seus padrinhos e, como eles, Reginaldo Lopes (PT). Os três compõem o grupo de candidatos, totalizando seis, que ganham o ‘apoio’ do governador Fernando Pimentel (PT). Como outros três, eles pertencem, em Minas, à base política do governo estadual. Kalil, por exemplo, é amigo pessoal e sempre dialogou com governantes, entre eles os tucanos e até mesmo com o prefeito Marcio Lacerda (PSB), mais por negócios do que por amizade ou aliança política, já que ele é empreiteiro e tem, ou tinha, contratos com o poder público em operação tapa-buracos.

Ao virar político, Kalil só se tornou candidato pela mão amiga do governador, que ajudou a viabilizar alianças, como o PV e até a Rede de seu vice, deputado Paulo Lamac, que deixou o PT no início deste ano. Do outro lado, João Leite (PSDB), Délio Malheiros (PSD) e Sargento Rodrigues (PDT) estão no campo do padrinho Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, apesar de turbulências vividas hoje com Lacerda. 

Como ter padrinho não traz voto para ninguém, o melhor é não mostrá-los, como têm feito todos, à exceção de Délio, que se esforça para dizer que tem o apoio do prefeito, de quem é vice-prefeito desde 2013. Retóricas do marketing necessárias para que ambos possam ter sobrevivência na campanha, porque não eram aliados. Curiosamente, os candidatos de padrinhos opostos estão na liderança das pesquisas: João Leite e Kalil. Mais curioso, e até assustador, é que os candidatos mais identificados com o governador, Reginaldo, de seu partido, e Pacheco, da legenda do vice-governador, estão na lanterna da competição. Em BH, PT e PMDB foram fortemente afetados pela crise nacional, que opõe, hoje, os dois partidos na briga pelo poder. 

BH recebe a quarta pesquisa
Foram divulgados, ontem, os resultados da quarta pesquisa sobre as eleições de BH. Desta vez, é o instituto Paraná, que, entre os dias 25 e 29 de agosto, ouviu 820 eleitores. De acordo com os dados, João Leite está com 30%; Kalil, com 14,8%; Eros (Pros), 5,1%; Délio, 4,8%; Luís Tibé (PTdoB), 4,5%; Vanessa Portugal (PSTU), 4,3%; Sargento Rodrigues (PDT), 3,2%; Maria Consolação (PSOL), 2%; Rodrigo, 1,6%; Marcelo Álvaro Antônio (PR), 1,5% e Reginaldo, 1,3%. Não sabem, 11,7%, e brancos e nulos, 15,4%.

A pesquisa está registrada no TSE sob o número MG 03467/2016. Ainda não houve nenhum fato novo que justificasse alteração no quadro das pesquisas anteriores. A desse instituto foi feita com três dias de propaganda eleitoral na TV e no rádio.

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