(Guilherme Bergamini/ALMG)
O secretário de Estado de Planejamento e Gestão de Minas, Otto Levy Reis, defendeu a venda de 100% da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) para equalizar as contas do Estado, durante audiência realizada nesta quinta-feira (26), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
“O mercado não tem mais interesse em antecipação de recebível”, afirmou o secretário, ao responder uma indagação do deputado André Quintão (PT). Nesta semana, Zema já havia defendido a venda da Codemig como uma solução para o pagamento do 13º dos servidores públicos.
No ano passado, o governo viu nos recursos oriundos da antecipação de recebíveis do nióbio (cuja exploração é controlada pela Codemig) uma solução para resolver as despesas com ordenados dos servidores.
Mas a pandemia impôs uma mudança na extração de minério e no mercado financeiro, fazendo com que o mercado deixasse de se interessar pelo processo de antecipação – se tornando um negócio não mais viável para Minas.
Levy defendeu a desestatização da Codemig e outras estatais (como a Copasa) para recompor o caixa do Estado, mas não será fácil conseguir a aprovação dos deputados para a privatização da empresa mineira de economia mista dedicada à mineração. Isso, porque, a jazida de nióbio, em Araxá, no Alto Paranaíba, corresponde a 75% de toda a produção mundial. O nióbio de Araxá tem reserva para ser explorado por mais de 400 anos.
Brumadinho
Levy também foi questionado, durante a audiência, sobre o acordo que está sendo debatido com a Vale sobre a tragédia em Brumadinho. O governo propôs um pagamento de R$ 54 bilhões em indenizações, enquanto a mineradora fez uma contraproposta de R$ 16 bilhões. O Executivo considerou o valor insuficiente e nova audiência foi agendada para o dia 9 de dezembro.
Mesmo pressionado pelos deputados, Levy não apresentou detalhes sobre o processo de negociação com a mineradora. "Não estamos no momento ainda de dizer o que aceitamos receber da Vale", respondeu Otto Levy. O secretário argumentou que o acordo está em negociação entre as partes no Tribunal de Justiça e, embora não esteja mais em sigilo, está em "confiabilidade".