Em BH, atos em favor de Lula tiveram baixa adesão

Álvaro Castro - Hoje em Dia
05/03/2016 às 07:32.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:41

No dia em que Lula foi convocado a depor na 24ª fase da Operação “Lava Jato”, Belo Horizonte foi palco de duas manifestações de apoio ao ex-presidente. No início da tarde, cerca de 50 pessoas se reuniram na Praça 7 para prestar seu apoio. Posteriormente, um grupo maior se reuniu na Praça da Assembleia. Os organizadores estimaram em 500 o número de participantes. A Polícia Militar não esteve presente no segundo ato e não forneceu números oficiais.

Mesmo debaixo de chuva, os apoiadores de Lula entoaram palavras de ordem, criticaram a oposição e distribuíram panfletos. Membros de movimentos sociais, da Central Única dos Trabalhadores, União da Juventude Socialista, Movimento dos Atingidos por Barragens além de integrantes do PT e do PC do B estiveram presentes nos atos.

Distribuíram panfletos e conversaram com pessoas que passam e trabalham no entorno da praça, sempre usando palavras de ordem, se referindo às ações da Polícia Federal como ações golpistas e orquestradas pela oposição.

‘Teatro político’

Segundo Zito Vieira, presidente do diretório municipal do PC do B, a intenção do movimento é defender a democracia brasileira.

“O PC do B é a favor de todas as investigações e apurações que sejam responsáveis e democráticas. Trata-se de uma operação baseada em hipóteses e fontes questionáveis. É uma operação pouco consistente sobretudo contra uma figura pública e republicana como o ex-presidente Lula, um exemplo de brasileiro. O que nos passa é a intenção de um teatro político armado com a Polícia Federal à frente, presidido por um inconformista incapaz de aceitar que perdeu a eleição”, afirmou.

Segundo Zito, um importante questionamento é o fato do ex-presidente ter sido levado de forma arbitrária, sendo que já havia comparecido voluntariamente em outras ocasiões.

Para o economista João dos Santos, 29 anos, e membro da Frente Brasil Popular, os atos são uma resposta ao que ele entende ser um factóide criado para desestabilizar o governo de Dilma Rousseff e para atacar a imagem de Lula.

“Desde as eleições de 2014 há uma sucessão de movimentos para desestabilizar e deslegitimar o governo da presidente Dilma. Além disso os opositores trabalham para atacar a imagem do ex-presidente Lula. É uma tentativa de impedir que o projeto de Brasil siga para 2018. Essas manifestações que acontecem em sintonia com o restante do Brasil visa alertar o povo brasileiro para o risco de um golpe. Diferentemente de 1964, quando foi feito com os tanques na rua, dessa vez ele vem travestido de ações institucionais e que visam minar a continuidade em 2018”, analisou.

Atrito

Próximo ao final do ato na Praça 7, alguns manifestantes se desentenderam com vendedores de artesanato que tradicionalmente ocupam o local. Eles reclamaram que algumas pessoas bebiam cerveja e a deixavam cair sobre os produtos e também sobre o fato de estarem atrapalhando a exposição dos trabalhos. “Há espaço para todo mundo, veja só o tamanho da praça”, disse uma das vendedoras. Não houve registro de agressões ou brigas durante o período em que a reportagem esteve no local.

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