Em BH, Janot diz que crise será resolvida de forma política

Ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou nesta segunda-feira (23), em Belo Horizonte, que a "solução para a crise política que vive o Brasil só pode ser resolvida pela política". Mas não mencionou como seria essa solução. Janot proferiu palestra no Ibmec sobre o combate à corrupção. 

Segundo ele, o rombo no orçamento do governo federal poderia ser resolvido, caso não houvesse desvio de dinheiro público. "Nosso déficit orçamentário chega muito próximo do valor estimado da corrupção", disse. O procurador citou estudo da FIESP que estima a corrupção, em 2016, em algo entre 2% e 3% do PIB brasileiro. O déficit orçamentário deste ano é projetado em R$ 158 bilhões. 

Janot defendeu o instituto da delação premiada, uma das marcas da gestão dele na força-tarefa da Lava Jato. No período, foram fechadas 120 acordos de colaboração. O procurador discorreu ainda sobre o aprimoramento do combate àcorrupcao em outros países por mudanças constitucionais. 

Curiosidade
Rodrigo Janot lembrou que existem dois tipos de corrupção: endêmica é sistêmica. Na endêmica, aquela que pode ser cultural, sem organização programada, citou um colega do Ministério Público de outro país que, durante almoço, pediu para pegar nota fiscal da conta geral do restaurante, para ser restituído pelo governo dele. O integrante do MP estava no Brasil para pegar informações da Lava Jato relativas a fatos ocorridos no país dele. Janot nao citou o nome do país, nem mesmo o do colega.