Em evento para mulheres, sem a primeira-dama, Bolsonaro fala de 'comunismo' e 'pandemia'
Bolsonaro se reuniu com mulheres nesta sexta sem a presença da primeira-dama (Reprodução Youtube/O Tempo)
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) participou do evento "Mulheres Pelo Brasil" na noite desta sexta-feira (23) em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Em seu discurso, Bolsonaro não citou quais seriam suas propostas para o público feminino, mas falou sobre "os perigos do comunismo" e "o risco de o Brasil seguir o mesmo caminho de outros países da América Latina, como Argentina, Chile e Venezuela".
De acordo com ele, "governos de esquerda estariam fazendo esses países sofrerem com a fome e a pobreza".
Também chamou a atenção a ausência da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tem estado ao seu lado em diversos eventos de campanha. Ela teve a imagem compartilhada nos materiais de divulgação do evento e havia expectativa de que estaria presente em Contagem.
O voto feminino tem sido o "calcanhar de Aquiles" da campanha eleitoral de Bolsonaro. Pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta-feira (23) mostrou que o ex-presidente Lula (PT) mantém a liderança entre as mulheres e aparece com 49% das intenções de voto. Já Bolsonaro é rejeitado pelo eleitorado feminino e aparece com 29%.
Considerando todos os entrevistados, a pesquisa apontou que Lula segue em primeiro com 47%, contra 33% do atual presidente. A diferença entre os candidatos, neste momento, passou a ser de 14 pontos percentuais.
Imóveis e pandemia
No "Mulheres Pelo Brasil", Jair Bolsonaro citou o caso dos 51 imóveis comprados com dinheiro vivo.
"Serão feitas perguntas esquisitas para mim nos próximos debates. É uma covardia com a minha família tocar nessa questão. Apesar da perseguição da mídia, apoio a liberdade de imprensa", disse.
A fala do candidato à reeleição corrobora com a decisão anunciada nesta sexta (23) pelo desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Ele determinou que o portal Uol retirasse do ar reportagens sobre as transações imobiliárias da família Bolsonaro. A decisão é fruto de um pedido feito pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do presidente.
De acordo com a reportagem do Uol, a família Bolsonaro já teria adquirido 107 imóveis, dos quais 51 foram adquiridos com dinheiro vivo. Em valores corrigidos pela inflação, o montante equivale hoje a quase R$ 26 milhões.
Em Contagem, o presidente criticou ainda a atuação dos governadores durante a pandemia.
"Eles fecharam igrejas e isso não é feito nem em época de guerras. Também não fechei um só comércio no Brasil e fui contra fechar escolas. As crianças e jovens são assintomáticos. O perigo só atingia os mais velhos e pessoas com comorbidades", declarou Bolsonaro.
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