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Uma megaoperação da polícia da Itália prendeu na terça-feira, 26, sete brasileiros e um padre que atuavam em esquemas ilegais para a concessão de cidadania italiana. As autoridades acreditam que mais de 800 cidadanias e 200 passaportes foram emitidos pelo grupo, que teria lucrado € 5 milhões com o esquema, atuando na Província de Verbano Cusio Ossola, na região do Piemonte. Os 800 brasileiros terão seus documentos anulados.
Um deles era um jogador da Chapecoense que morreu no acidente aéreo de 2016 e cuja identidade foi mantida em sigilo pela polícia. Na época do acidente na Colômbia, o atleta estava inscrito como residente de Ossola.
Um dos membros do grupo teria convencido um padre da Província de Pádua, no Vêneto, a falsificar um atestado de batismo para um solicitante de cidadania italiana. O grupo atuava na falsificação de documentos, reconstruindo relações parentais de imigrantes italianos que, na realidade, nunca existiram.
A operação, batizada de Super Santos, foi coordenada pelo procurador Sveva de Liguoro, após a prefeitura de Macugnaga desconfiar do elevado número de brasileiros residentes na cidade. As investigações duraram mais de um ano. O grupo gerenciava cerca de 60 apartamentos em cidades como Verbania e Novara, onde acomodavam os solicitantes de cidadania.
Segundo a emissora Rai, os criminosos mesclavam a atividade ilícita com as agências de turismo que administravam. Eles cobravam cerca de € 7 mil (R$ 30 mil) para um pacote que incluía a confecção dos documentos falsos, a residência na Itália, o auxílio no processo para a solicitação de cidadania e passeios turísticos. No ano passado, a pequena cidade de Ospedaletto Lodigiano, na Lombardia, cancelou a cidadania de 1.180 brasileiros após descobrir fraudes no processo.