Em meio à tentativa de golpe, mineiras conquistam medalha de bronze da Turquia

Bruno Moreno
bmoreno@hojeemdia.com.br
18/07/2016 às 17:47.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:21
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A Turquia esteve em destaque na mídia mundial nos últimos dias, com más notícias, por causa da tentativa frustrada de um golpe militar. Mas esteve também no foco dos mineiros por causa da decisão histórica da Unesco, que credenciou a Pampulha como Patrimônio Histórico da Humanidade, no domingo (17). No entanto, há ainda mais uma ótima notícia, vinda de lá: a medalha de bronze conquistada pela seleção juvenil de ginástica rítmica, na última quinta-feira (14), no Gymnasíade, os Jogos Mundiais Escolares, na cidade de Trabzon.

A equipe, formada por uma atleta do Paraná, uma de Santa Catarina e duas mineiras, além da técnica Maria Inês Machado de Salles, também de Belo Horizonte, chegou ao Brasil na manhã desta segunda-feira (18).

No BH Airport, em Confins, elas relataram o que vivenciaram no país que une a Europa à Ásia. “Nós recebemos a notícia da tentativa do golpe militar por volta de 19h. Tivemos o toque de recolher. Tinha mais de dois mil atletas do mundo inteiro. Ficamos dentro da vila olímpica, com a segurança dos militares. O único senão era se conseguiríamos passar pelo aeroporto de Istambul”, relatou a técnica.

A cidade de Trabzon, onde foram disputados os jogos, fica às margens do Mar Negro, a 730 quilômetros da capital Ancara, onde houve o maior número de conflitos, e a mil quilômetros de Istambul.

Uma das mineiras na delegação, Eduarda Braga de Carvalho, 14 anos, há nove na ginástica, disse que se sentiu segura, apesar das movimentações dos militares. “Na questão do golpe eu não fiquei aflita, porque tinha muita proteção. O lugar era fechado. Não teve medo, pânico, nada. Mas a competição foi difícil, com nível bem forte. Tinha atleas da Turquia, Índia, Bielorussia, Grécia”, conta.

Já a sua colega de seleção, Vitória Guerra, 15 anos, há sete no esporte, também garante que não sentiu medo. “A gente estava num lugar muito seguro. Tinha certeza que Deus estava ali com a gente”, afirmou.

Quem ficou muito apreensivo foi o pai de Eduarda, o ex-jogador Euller, o “filho do vento”. “Assim que fiquei sabendo, consegui falar com a organização, com a minha filha, e nos disseram que na cidade em que elas estavam não tinha nada. Porém, ainda ficamos apreenssivos porque ela teria que passar por Istambul na volta”, revelou Euller, agora aliviado.

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