Em menos de 20 dias, más condições dos ônibus de BH renderam 1,6 mil reclamações e 619 autuações
(Reprodução/PBH)
Em menos de 20 dias, mais de 1,6 mil reclamações sobre as más condições dos ônibus de Belo Horizonte foram registradas pelos passageiros. No mesmo período, 619 autuações foram aplicadas às empresas que operam o transporte público. Dentre as principais irregularidades estão atrasos, elevadores estragados e portas com defeito. Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (28) pela prefeitura.
Também hoje a PBH divulgou o balanço do repasse do subsídio às concessionárias. Diante das irregularidades constatadas pelos fiscais, elas deixaram de receber R$ 1,4 milhão na primeira parcela. Por outro lado, já receberam R$ 16,8 milhões - referente ao serviço prestado de 1⁰ de janeiro a 20 de julho -, dos R$ 512 milhões previstos até o fim do ano.
Superintendência de Mobilidade do Município (Sumob), André Dantas disse que o repasse só é feito após “rigorosa” fiscalização e análise do cumprimento das contrapartidas como pontualidade das viagens, lotação e conservação dos veículos, limpeza dos ônibus e correta utilização do ar-condicionado.
Dentre as falhas identificadas pela Sumob estão as viagens "validadas". A distância percorrida pelos ônibus ficou abaixo da programada pela prefeitura. Do total de viagens planejadas pela Sumob, 94,86% foram realizadas no transporte convencional. No sistema suplementar o índice ficou em 72%.
André Dantas, da Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob). (Raquel Gontijo / Hoje em Dia)
Fiscalização
Para monitorar e fiscalizar se as contrapartidas estão sendo feitas, uma “força-tarefa” foi montada em conjunto com Guarda Municipal, BHTrans, Polícia Militar, Governo do Estado. O monitoramento é feito por GPS em tempo real, 24h por dia, no Centro Integrado de Operações (COP-BH).
Segundo o representante da Sumob, desde 8 de julho 66 agentes atuaram “em campo”, 200 veículos foram vistoriados após 23 operações de fiscalizações. Além das 619 autuações, 39 autorizações de tráfego foram recolhidas e dois veículos retirados de circulação.
“Se elas não tiveram um veículo para fazer a viagem no momento seguinte, elas são penalizadas de duas formas: não recebem a receita tarifária e não recebem remuneração complementar. O que temos observado em muito casos é que, uma vez autuado e retirado o veículo, eles imediatamente agem e fazem uma intervenção para que ele volte a operar”, observou Dantas.
Aĺém disso, neste mês o transporte público de BH ganhou 185 viagens adicionais nos dias úteis, em 62 linhas. Desse total, 112 viagens foram acrescentadas em 11 linhas após solicitação específica dos usuários nos canais da PBH. “Sabemos que tem coisas a melhorar. Daqui pra frente vamos ter um referencial para avaliarmos essa evolução”, acrescentou Dantas.
As reclamações dos passageiros podem ser feitas pelo Whatsapp. Os usuários podem entrar em contato com a PBH pelo aplicativo PBH APP, pelo portal de serviços da prefeitura ou via WhatsApp pelo número (31) 98472-5715.
O que dizem as empresas
Em nota o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (Setra-BH) esclareceu que as viagens “validadas” são remuneradas e viagens com atraso “superior ao permitido” não são validadas e, portanto, não estão sujeitas à remuneração complementar.
“O SetraBH destaca que em um universo de 23 mil viagens por dia, em um trânsito caótico e sem tratamento preferencial para os ônibus é inevitável que algumas viagens atrasem, principalmente nos horários de pico. (...) Estamos trabalhando continuamente por melhorias no atendimento e esperamos a implementação urgente das faixas exclusivas.