Em nota, PPS da Câmara reage ao que chama de 'chantagem' do Centrão

Estadão Conteúdo
13/12/2016 às 15:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:04
 (Divulgação)

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O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), divulgou uma nota nesta terça-feira (13) em que critica a postura de aliados do governo Michel Temer em obstruir a votação de projetos de interesse do Executivo. "Momentos de crise exigem união em prol do país, dos interesses dos brasileiros. A situação não deve servir de justificativa para ameaças e até chantagem com o objetivo de conquistar mais espaço de poder. Aliás, chantagem é uma coisa que já deveria ter sido varrida da política", disse o parlamentar.

A nota foi divulgada na sequência do anúncio dos partidos do Centrão de obstrução à votação da PEC da Reforma da Previdência nesta quarta-feira (14) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A decisão foi tomada durante jantar entre líderes do grupo na noite dessa segunda-feira (12) e anunciada nesta terça-feira pelo líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), e o deputado Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade. "O Centrão decidiu obstruir a votação. Se a gente não obstruir, o (presidente Michel) Temer vai entregar o governo para o PSDB", afirmou Paulinho.

O Palácio do Planalto deve nomear o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), como novo ministro da Secretaria de Governo. Segundo parlamentares, Temer disse que vai confirmá-lo "nos próximos dias", já que algumas decisões estão pendentes da escolha do sucessor do peemedebista Geddel Vieira Lima, como, por exemplo, a indicação do novo líder do governo na Câmara para o exercício de 2017. Ainda de acordo com fontes, os deputados reclamaram com Temer de que há dificuldades de relacionamento e atendimento de demandas, principalmente na distribuição de cargos.

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Bueno disse na nota que o momento é de superação de crise e não de brigas internas dentro da base. "Temos um governo transitório com a principal missão de adotar algumas medidas fundamentais para a superação da crise econômica que está afetando a vida de milhões de brasileiros. É o caso, por exemplo, da Reforma da Previdência. Não é um governo salvador da pátria. Sabíamos disso quando aprovamos o impeachment. Então, não convém tomar atitudes para agravar ainda mais a crise", destacou.

O líder do PPS afirmou ainda que não é o momento de "virar as costas" para o governo e que aqueles que votaram pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff assumiram o compromisso de dar sustentação ao novo governo. "O momento é de responsabilidade. Problemas políticos e desgastes relacionados com as investigações da Operação Lava Jato existem, ninguém nega. Mas devem ser tratados nos espaços adequados e não virarem motivo para chantagem ou rebelião", finalizou.

Nos bastidores, deputados que conversaram com o presidente da República nos últimos dias contam que Temer estaria consciente da "chantagem" promovida por alguns partidos do Centrão, mas que ele não aposta no desembarque ou no embate permanente desses partidos com o governo. "Eles não sobrevivem sem cargos", definiu um parlamentar.

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