Parte dos lucros que a capital paulista terá neste ano com a realização da etapa brasileira da Fórmula Indy no Sambódromo do Anhembi já foi perdida por causa do aumento dos congestionamentos na cidade. Só na manhã de ontem, segundo a empresa Maplink, as filas de carros ficaram 50 quilômetros mais longas do que há uma semana. Estimativa da Fundação Getúlio Vargas feita a pedido do Estado mostra que o trânsito extra gerou um custo de cerca de R$ 5 milhões.
Segundo a São Paulo Turismo (SP Turis), a prova movimentará cerca de R$ 80 milhões. Cada uma das 60 mil pessoas que vêm à cidade para o evento gasta, em média, R$ 1.240. Os setores que lucram são de serviços - alimentação, hospedagem, transporte, alimentação e lazer - e comércio, com as compras que os turistas e os trabalhadores do evento fazem enquanto estão aqui.
Já no cálculo dos custos do trânsito entram as horas de trabalho perdidas e o gasto desnecessário de combustível (um recurso finito), além de custos para a saúde pública decorrentes da poluição.
O valor, repassado pela equipe do economista Marcos Cintra, vice-presidente da FGV e ex-secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, foi feito com base na média do custo anual do trânsito da cidade: R$ 40 bilhões. "É um custo muito alto, que precisa ser mais bem discutido, até mesmo com a adoção de pedágio urbano e para financiar melhorias no transporte público", diz Cintra, que recentemente revisou esses valores.
O custo para a cidade, no entanto, pode ser bem maior. Isso porque o cálculo da FGV foi feito com base em dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que tem uma contagem diferente da do Maplink.
Para a CET, às 9h de ontem, o trânsito somava 96 km - 14 km mais que na sexta-feira passada. Já a Maplink percebeu uma diferença ainda mais marcante. Segundo a empresa, às 9h de ontem São Paulo tinha 381 km de filas, ante 329 km na sexta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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