A Emater-MG - Empresa de assistência técnica e extensão rural do estado de Minas Gerais terá um aliado de peso para o incentivo à produção de sorgo granífero no Norte de Minas: a granja Somai Nordeste, sediada em Montes Claros, está finalizando um termo de compromisso para comprar todo cereal produzido por agricultores familiares da região.
O sorgo irá compor a alimentação das aves de postura criadas pela empresa, em substituição a parte das 150 toneladas de milho consumidas mensalmente, segundo informa o coordenador técnico regional de culturas da Emater-MG, Reinaldo Nunes de Oliveira.
Ontem, quarta-feira, houve uma reunião na regional da Emater em Moc, para definir as estratégias para a safra 2009/2010.
- As ações junto aos produtores serão concentradas no incentivo ao plantio do sorgo e na implantação da integração lavoura-pecuária e floresta, para a recuperação de pastagens na região - diz Reinaldo.
Segundo o coordenador da Emater, a Somai tem 1,6 milhões de aves poedeiras e 400 milhões para reposição.
- Com esse volume de consumo, a economia para a empresa com a utilização do sorgo pode chegar a 30%, calcula. E, para os agricultores familiares, é a garantir de escoar seu produto. E a comercialização, o acesso ao mercado consumidor, é um dos maiores problemas para os pequenos agricultores do Norte de Minas - acrescenta.
A Emater-MG conta com a parceria da Embrapa milho e sorgo para desenvolver tecnologias adequadas à ampliação do cultivo do sorgo na região.
Em 2008 foram implantadas dez Unidades Demonstrativas onde são aplicadas as técnicas desenvolvidas pelos pesquisadores e este ano serão mais 15. De acordo com o coordenador técnico, a Emater tem participado muito com a mobilização dos produtores para o plantio e na busca de alternativas para a garantia de mercado.
São ações previstas no Programa de fomento à cultura do sorgo, desenvolvido pela secretaria de estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O trabalho de incentivo ao uso do sorgo é desenvolvido em duas linhas de utilização: para silagem (sorgo forrageiro) e em substituição ao milho (em que é usado o sorgo granífero). Uma das inovações já aplicadas é o uso de uma máquina colheitadeira especial, que evita o contato direto dos produtores com os grãos do sorgo.
- O problema é que, na colheita manual, a planta libera um pó irritante para a pele. Esse é um fator que desestimula o plantio pelos pequenos produtores - finaliza o coordenador da Emater-MG.