Emílio diz a Moro que Odebrecht paga caixa 2 desde a época de seu pai

Estadão Conteúdo
13/03/2017 às 17:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:43

O empresário Emílio Odebrecht, patriarca do grupo, afirmou nesta segunda-feira, 13, ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação "Lava Jato", em Curitiba, que os pagamentos não contabilizados, o caixa 2, existem e reinaram desde seu antepassado no Brasil. Ele depôs como testemunha de defesa do filho Marcelo Bahia Odebrecht, que está preso desde 19 de junho de 2015.

"Isso (caixa 2) sempre foi o modelo reinante no País e que veio até recentemente. Porque houve o impedimento e foi a partir de 2014 e 2015. Mas até então, sempre existiu, desde a minha época, da época do meu pai, da minha época e também de Marcelo, de todos aqueles que foram executivos do grupo", afirmou Emílio.

Os depoimentos de Emílio Odebrecht e do ex-executivo do grupo Márcio Faria, que fizeram delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), foram colocados sob sigilo, por Moro, a pedido da defesa. A reportagem teve acesso aos vídeos.

"Sim. Sabia que existia, exatamente uso de recursos não contabilizados", respondeu Emílio.

"Não, em hipótese nenhuma."

Nessa ação penal, o herdeiro do grupo é réu por pagar propinas para o PT via ex-ministro Antonio Palocci. Emílio lembrou que em sua época à frente do comando da Odebrecht, antes de Marcelo, já se pagava caixa 2 e que dois executivos do grupo eram os homens de sua confiança responsáveis por esses pagamentos. "Um falecido e outro com alzheimer."

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