(Editoria de Arte)
O atual cenário econômico brasileiro tem impactado o fluxo de caixa das empresas mineiras, com queda no faturamento e manutenção ou aumento das despesas fixas. No último mês de julho, na comparação com igual período de 2015, as companhias sediadas em Minas registraram o maior índice de dívidas desde 2013, de acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) das Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) do Estado.
O crescimento dos débitos em atraso foi de 16,77%, sendo o maior registrado pela entidade nos últimos três anos para a mesma base de comparação. No ano anterior, esse índice ficou em 12,13%. Já em 2014 e 2013, esse aumento foi de 8,11% e 13,89%, respectivamente.
A alta da inflação está pressionando o orçamento das famílias. Não bastasse isso, os juros elevados estão desestimulando a aquisição de bens de maior valor agregado, que na maioria das vezes demanda crédito”, explica o presidente da CDL/BH, Bruno Falci.
“A junção desses fatores acaba resultando na queda das vendas e do faturamento de muitos negócios. Com isso, a capacidade dos empresários em honrar os compromissos fica reduzida”, completa.
Fatores
A combinação da piora do cenário macroeconômico, do aumento dos custos e da queda nas receitas fez o número de empresas inadimplentes crescer 14,42% em julho, ante a igual mês de 2015. O percentual é o maior dos últimos dois anos.
Na comparação com o mês imediatamente anterior (junho/2016), o número de débitos em atraso registrou alta de 1,29%.
Consumidor
A mesma alta de acúmulo de dívidas observada nas empresas no levantamento das CDLs foi encontrada junto aos consumidores mineiros.
Em julho, o índice subiu 6,5%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação a junho, o número de dívidas em atraso cresceu 0,66%.
“O aumento é atribuído à piora dos indicadores macroeconômicos com destaque para a ascensão da taxa de desocupação”, destaca o presidente da CDL de Belo Horizonte.
O número de inadimplentes apresentou alta de 5,34% em julho, em relação a 2015. Apesar do aumento, é o menor índice dos últimos três anos. O indicador registrou os seguintes resultados: 5,35% (2014); 6,13% (2014) e 6,33% (2013).
Perfil
Os dados mostram que os homens foram responsáveis pelo maior crescimento (6,3%) das dívidas em atraso em julho. “O público masculino costuma ser o responsável pelas compras de maior valor agregado da família. Quem não se planeja acaba ficando mais vulnerável ao acúmulo dos débitos”, afirma Bruno Falci.
No entanto, a maioria das dívidas em atraso (34,37%) no período foi registrada pelos consumidores com idade superior aos 65 anos.